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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão nesta sexta-feira (2/5) após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A saída ocorre em meio à crise provocada pela descoberta de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), reveladas pela Operação Sem Desconto da Polícia Federal.
Com a exoneração aceita por Lula, o governo já definiu a nova liderança da pasta: Wolney Queiroz, atual secretário-executivo do Ministério da Previdência, deverá assumir o comando interinamente. Wolney era considerado o nome preferido de Lula desde a montagem do governo, mas acabou preterido inicialmente em favor de Lupi por questões políticas envolvendo o PDT.
A troca visa estancar o desgaste em torno da Previdência e reforçar o perfil técnico da condução do ministério, em um momento em que o governo busca reagir à crise de imagem causada pelas fraudes no INSS.
A Operação Sem Desconto revelou um esquema de descontos ilegais aplicados diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização formal. As investigações levaram ao afastamento da alta cúpula do INSS e à demissão do então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi.
Pesou contra o ex-ministro o fato de que, ainda em 2023, ele já havia sido alertado sobre irregularidades nas associações conveniadas e não adotou medidas para corrigir as falhas. Além disso, a resistência inicial de Lupi em demitir Stefanutto após a operação incomodou Lula e acelerou sua saída.
“A indicação do doutor Stefanutto é da minha inteira responsabilidade”, afirmou Lupi em coletiva, dias antes de pedir demissão.
Com a ascensão de Wolney Queiroz, o governo sinaliza a intenção de adotar uma abordagem mais técnica e menos política na gestão da Previdência. Internamente, o Planalto espera que a mudança ajude a reconstruir a credibilidade do INSS e a desarmar novas crises envolvendo a pasta.
O novo titular, embora interino por enquanto, conta com apoio de setores do Palácio do Planalto e da equipe econômica para se manter no cargo de forma definitiva.

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Fonte : Hora Brasilia