Para Gleisi, não há justificativa para demitir Lupi

A ministra da Secretária de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou na quarta-feira, 30, que não existem razões para a demissão do Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Durante uma entrevista à GloboNews, ela mencionou que a investigação da Polícia Federal (PF) acerca do esquema de fraudes no INSS não mostra nenhum sinal de participação do ministro.

“Não há nada contra o Lupi nas 1.900 páginas do inquérito. Não existe nada que o envolva diretamente. O presidente [Lula] sempre age com muita cautela e respeito à presunção de inocência. Então, se não há indício de participação, não há motivo para afastá-lo”, declarou Gleisi.

Gleisi defende afastamento em caso de provas

A ministra ressaltou que Lupi tem colaborado com as investigações e fornecido esclarecimentos à Justiça. No entanto, ponderou que, caso surjam provas de envolvimento com os desvios no INSS, ele deve sair do governo imediatamente. “Ele está prestando contas, se defendendo. Mas, se surgir qualquer prova de que tem envolvimento, ele, como qualquer outro ministro, deve se afastar. O presidente não vai hesitar”.

Até agora, não houve uma reunião oficial entre Lula da Silva e Carlos Lupi. Os assessores do Planalto reconhecem que a imagem do governo foi afetada pelo escândalo de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. No entanto, eles acreditam que a situação pode melhorar à medida que as investigações progridem.

A abordagem do governo será enfatizar o ponto de vista de que as fraudes iniciaram-se durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Gleisi intensificou essa estratégia de defesa, declarando que os problemas detectados atualmente são um legado da administração anterior.

“O que estamos vendo agora não começou neste governo. Desde 2019 há registros de irregularidades. Quem tomou a iniciativa de investigar foi o governo do presidente Lula, com atuação da Controladoria-Geral da União e com base em dados do Tribunal de Contas da União”.

Lupi foi alertado, mas demorou para agir

Embora Gleisi tenha defendido Lupi, documentos provenientes do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) sugerem que, em junho de 2023, ele foi notificado sobre deduções impróprias em benefícios previdenciários. Mesmo com esses alertas, demorou aproximadamente 10 meses para que ele tomasse ações efetivas.

Assim, a demora na resposta tem sido interpretada principalmente como negligência pelo departamento, conforme indicado por críticos. O Palácio do Planalto continua monitorando a crise de perto, buscando, acima de tudo, minimizar a deterioração política e restaurar a confiança no sistema previdenciário.As informações são da Revista Oeste.

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