Siga @radiopiranhas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou, nesta quarta-feira (30/4), o procurador federal Gilberto Waller Júnior para a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em substituição a Alessandro Stefanutto, demitido na semana passada após a deflagração da Operação Sem Desconto. A troca de comando ocorre em meio à maior crise institucional da autarquia nos últimos anos, provocada por um esquema de fraudes bilionárias em descontos indevidos sobre aposentadorias.
Waller assume o INSS com a missão de reconstruir a credibilidade do órgão, abalado por denúncias de filiamentos forçados de aposentados a entidades associativas que, sem autorização, passaram a descontar mensalidades diretamente dos benefícios. Segundo revelou o portal Metrópoles, o faturamento dessas entidades disparou 300% em um ano, enquanto acumulavam mais de 60 mil processos judiciais.
O novo presidente tem perfil técnico e histórico ligado à fiscalização e integridade pública. É bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, com pós-graduação em combate à corrupção e lavagem de dinheiro, e já atuou como ouvidor-geral da União na CGU (2016–2019) e como corregedor em diversos ministérios ao longo de quase duas décadas. Atualmente, ocupava o cargo de corregedor da Procuradoria-Geral Federal, órgão vinculado à Advocacia-Geral da União (AGU).
Waller também teve papel relevante na implementação da Lei de Acesso à Informação (LAI) no âmbito do governo federal — justamente o instrumento legal que permitiu a revelação do escândalo que derrubou a antiga cúpula do INSS.
A Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), foi deflagrada após reportagens apontarem o envolvimento de servidores e empresários em um esquema que pode ter causado prejuízo superior a R$ 6,3 bilhões aos aposentados. Em resposta, além da exoneração de Stefanutto, o governo afastou outros membros da cúpula do órgão, como o ex-diretor de Benefícios André Fidelis, também citado nas investigações.
A nomeação de Waller é vista como uma tentativa do Planalto de reforçar o controle interno da autarquia e dar uma resposta institucional ao desgaste político provocado pelo escândalo — que já respingou no ministro da Previdência, Carlos Lupi, alvo de pressões da oposição, mas mantido no cargo por Lula.

source
Fonte : Hora Brasilia