O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não está sendo investigado pela operação que apura o bilionário esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A declaração foi dada durante entrevista ao canal de YouTube ICL Notícias.
Frei Chico ocupa a vice-presidência do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), uma das entidades diretamente atingidas pela Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira, 23. Mesmo com o envolvimento da entidade, Rodrigues tentou afastar a ligação com a operação: “O sindicato não foi alvo de busca e apreensão, tampouco seus dirigentes”, declarou. Segundo ele, Frei Chico “não é foco da operação”.
Sindicato controlado por aliados de Lula no centro da crise
Apesar da defesa pública feita pela direção da PF, a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia incluído o Sindnapi na lista de entidades suspensas e sob investigação. O sindicato, mesmo sem ter sido diretamente alvo de mandados de busca, é citado em meio a um esquema que envolvia cobranças indevidas de contribuições de aposentados e pensionistas, inclusive com uso de documentos falsificados.
Apenas em 2024, o Sindnapi arrecadou cerca de R$ 77 milhões em contribuições de associados, valor agora colocado sob suspeita. Dados da PF indicam que o esquema de fraudes pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões, atingindo aposentados de todo o país.
Operação Sem Desconto escancara esquema bilionário
O foco principal da Operação Sem Desconto foi desbaratar 11 sindicatos e entidades de aposentados que, segundo as investigações, praticavam descontos em benefícios previdenciários sem consentimento dos segurados. As práticas fraudulentas incluíam falsificação de assinaturas e convênios irregulares.
Apesar da afirmação de Andrei Rodrigues tentando blindar a figura de Frei Chico e seu sindicato, a operação resultou na apreensão de celulares e computadores na sede da entidade, o que evidencia que as investigações ainda estão longe de terminar e que o envolvimento pode ser mais profundo do que o governo deseja admitir.