Alexandre Moraes de Lara, que recebeu dose dez vezes maior que a prescrita, faleceu no domingo (27); hospital lamenta morte e reitera apoio à família
Alexandre Moraes de Lara, de 31 anos, faleceu no domingo (27) no Hospital Humaniza, em Porto Alegre. Desde outubro de 2021, ele estava em estado vegetativo após ter recebido uma superdosagem de propafenona enquanto buscava atendimento para uma arritmia cardíaca.
Na ocasião, conforme registro hospitalar, o cardiologista prescreveu corretamente a dose de 600 mg do medicamento, o equivalente a dois comprimidos. Entretanto, no pronto atendimento, foram administrados 6 mil mg — 20 comprimidos. O erro de dosagem é descrito em prontuário assinado pelo diretor-executivo do hospital, que aponta divergência entre a medicação fornecida pela farmácia e a prescrição médica registrada no sistema.
A superdosagem resultou em intoxicação medicamentosa, convulsões e uma parada cardiorrespiratória que causaram lesão cerebral permanente e irreversível. Alexandre permaneceu hospitalizado desde então, sem possibilidade de recuperação.
Nos últimos dias, ele apresentou dificuldades respiratórias e baixa saturação. No sábado, iniciou a administração contínua de morfina para maior conforto. O óbito foi registrado às 14h01min do domingo, de acordo com a esposa, Gabrielle Bressiani.
O velório de Alexandre teve início nesta segunda-feira (28) na capela G do Cemitério Jardim da Paz, com sepultamento previsto para às 17h, no mesmo local.
O caso resultou em um processo judicial movido pela família contra o hospital, ainda sem definição de indenização. A situação também ganhou repercussão pública através do perfil @justicaporalexandre, no Instagram, que reúne mais de 119 mil seguidores.
Indiciamento e posicionamento do hospital
Em janeiro de 2023, a médica responsável pelo atendimento no momento da administração errada dos comprimidos, foi indiciada pela Polícia Civil por lesão corporal gravíssima, caracterizada como ação culposa — sem intenção, mas com negligência, imprudência ou imperícia. Ela foi afastada do Hospital Humaniza logo após o incidente.
A defesa da médica alegou que a profissional foi induzida ao erro por falha no sistema do hospital ou da farmácia, afirmando que, ao consultar o sistema, a dosagem apresentada correspondia à quantidade fornecida.
O Hospital Humaniza enviou nota lamentando profundamente o falecimento de Alexandre Moraes de Lara e manifestando solidariedade à família e amigos, além de se colocar à disposição para prestar o apoio necessário.
Fonte: GZH
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