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Novos detalhes sobre o acidente fatal entre helicóptero e avião próximo ao Aeroporto Reagan de Washington DC revelam que a piloto Rebecca Lobach ignorou repetidamente os avisos de seu copiloto para mudar de direção, voando diretamente na rota do jato de passageiros.
Em janeiro deste ano, um voo da American Airlines transportando aproximadamente 64 pessoas colidiu com um helicóptero Blackhawk nas proximidades do Aeroporto Nacional Reagan de Washington D.C. (DCA). Todos os 64 passageiros do jato e os três pilotos do helicóptero morreram na explosiva colisão.
Problemas no controle de tráfego aéreo
Um relatório preliminar da Administração Federal de Aviação (FAA) indicou que o número de funcionários na torre de Controle de Tráfego Aéreo do DCA estava “abaixo do normal” no momento do acidente. Segundo a NBC News, apenas um controlador estava supervisionando tanto o tráfego de helicópteros quanto o de aviões, quando normalmente um controlador exclusivo se concentra na atividade de helicópteros.
Essa falha no sistema de controle pode ter contribuído para a confusão no espaço aéreo, embora não explique por completo as ações da piloto nos momentos críticos antes do impacto.
Evidências visuais do acidente
Imagens de webcam do Kennedy Center capturaram o momento exato da colisão, mostrando o helicóptero Blackhawk voando diretamente em direção ao avião da American Airlines. Este registro visual tem sido crucial para as investigações, confirmando que o helicóptero estava fora de sua rota de voo designada.
A piloto e seu histórico
O nome da piloto do helicóptero, Capitã Rebecca Lobach, foi divulgado pelo Exército dos EUA apenas três dias após o acidente, o que gerou especulações de que esse atraso teria ocorrido para que autoridades pudessem remover suas redes sociais. Os outros dois militares mortos no acidente foram identificados como o Sargento Ryan Austin O’Hara, 28 anos, de Lilburn, Geórgia, e o Chefe Oficial de Garantia 2 Andrew Loyd Eaves, 39 anos, de Great Mills, Maryland.
Segundo relatos, Lobach tinha apenas 45 horas de experiência de voo, um número consideravelmente baixo para um piloto militar em comando de uma aeronave como o Blackhawk. Informações adicionais indicam que ela havia servido como assistente do Presidente Joe Biden, o que levanta questões sobre sua designação para uma missão de voo tão próxima a um aeroporto de alto tráfego com sua limitada experiência.
Os momentos finais antes da colisão
Em reportagem publicada no domingo, o The New York Times revelou detalhes cruciais sobre os momentos finais antes da colisão. De acordo com a publicação, Lobach não apenas voava em altitude excessiva, mas também ignorou instruções diretas de seu copiloto nos segundos finais antes do impacto.
“O Black Hawk estava a apenas 15 segundos de cruzar o caminho com o jato. O Oficial Eaves então voltou sua atenção para a Capitã Lobach e informou que acreditava que o controle de tráfego aéreo queria que eles virassem à esquerda, em direção à margem leste do rio”, relatou o The New York Times.
Este detalhe é particularmente significativo porque indica que Eaves, um instrutor de voo do Exército mais experiente que estava no assento do copiloto, reconheceu o perigo iminente e tentou corrigir o curso da aeronave.
“Virar à esquerda teria aberto mais espaço entre o helicóptero e o Voo 5342, que estava se aproximando da Pista 33 a uma altitude de aproximadamente 300 pés”, explicou o Times.
O erro fatal, conforme destacado pela reportagem, foi simples e direto: “Ela não virou à esquerda.” Esta decisão, ou falta dela, resultou diretamente na colisão catastrófica segundos depois.
Implicações e questões pendentes
O acidente levanta sérias questões sobre protocolos de segurança, comunicação entre pilotos e níveis adequados de pessoal nas torres de controle de tráfego aéreo, especialmente em aeroportos de alto movimento como o Reagan National.
Investigadores continuam examinando por que uma piloto com tão pouca experiência estava operando um helicóptero militar em espaço aéreo complexo, por que ela ignorou as instruções de um copiloto mais experiente, e se o sistema de controle de tráfego aéreo inadequadamente tripulado contribuiu para a confusão nos momentos que antecederam a tragédia.
As investigações completas da FAA e do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) ainda estão em andamento, com um relatório final esperado nos próximos meses.
Crédito GP
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Fonte:
Paulo Figueiredo