Eu não duvido que tenha gente que pense, que por conta de algumas criticas feitas nesse espaço, digamos, mais incisivas, eu seja contra o esporte de Blumenau.
Ou que ainda imagine que minha intenção seja a de prejudicar ou derrubar alguém.

Isso seria de uma estupidez sem tamanho.
Daria um tiro no próprio pé.
Afinal, se o esporte não vai bem, eu também sofro as consequências.

Esse azedume tem uma explicação.
Começa na infância.
No bairro Água Verde.
Sempre fui um moleque apaixonado por futebol.
A ponto de dormir agarrado com uma bola.

Só que aprendi a praticar outras modalidades nas aulas de educação física.
Principalmente futebol de salão e handebol.
Na quadra de cimento do Lothar Krieck.
Sob a orientação do disciplinado e competente Ariberto Vieira.

O saudoso professor também nos fazia correr em volta de um morro que circundava a escola.

Sem contar que na preparação para os Jogos da Primavera corríamos até o Galegão.
Lá descíamos e subíamos as escadas do velho ginásio.
Dávamos trotes na parte inferior da estrutura e na quadra.

Passei a ser um menino competitivo e ambicioso, a partir dos inesquecíveis torneios de futebol do Vasto Verde, nas manhãs de domingo.
Passava a noite e a madrugada rezando para não chover.
Pois os jogos eram cancelados.

Comecei a sonhar em ser jogador quando fui treinar no ginásio da AABB.
Com Manoel Dalpasquale (Maneca).
Considerado um dos maiores formadores de atletas do estado.
O primeiro treinador de Filipe Luís no Jaraguá Futsal.

Mais do que coordenar seu centro esportivo (inaugurado em 2019, com uma área de sete mil metros quadrados e investimento de um milhão de euros), Maneca tem sido fundamental na transição do jogador para treinador.
Após se aposentar, o jaraguaense se tornou técnico do time Sub 17 do Flamengo.

Quando o destino mudou de humor e pavimentou outro caminho, comecei a me envolver com o rádio esportivo.
Área que ingressei em 1990.
E fui “mal acostumado” da mesma forma.
Aprendi com os melhores.
Primeiro na Unisul, que virou CBN, com Amilton Antônio, Irivaldo Borba e Danilo Gomes, o homem que colocou um gravador na minha mão e mandou eu me virar.

Três meses depois, na Nereu, estava trabalhando com Peninha e Mário Gieland.
Posteriormente com Alexandre José, Aurélio Sada e Edemar Annuseck.

Em seguida, na Clube, com Rodolfo Sestrem, Bolinha, Luis Carioca, Mirandinha, José Carlos Goes, Enei Mendes, Ricardo Santos e Paulo César.

Por fim, na Blumenau, com Amauri Pereira, Nilson Fabeni, Barreto Neto, Jorge Aragão, Sebastião Aragão, Onélio Cavaco, Aldo Pires de Godói, Luciano Silva, Belmiro Avancini e Jorge Theiss

Minha melhor fase.

Profissional e pessoal.
Nosso ambiente era maravilhoso.

Foi um tempo profícuo onde participei direta e indiretamente de grandes eventos.

Como as memoráveis coberturas dos Jogos Abertos.
A primeira, em 1992, em Joinville, foi a melhor de todas.
A equipe, sob a coordenação de Luis Carioca (Carica), era pesada!

Acompanhei grandes jogos de futebol.
Pena que era relaxado.
Perdi muita coisa (menos mal que praticamente tudo ficou na memória).
Especialmente as credenciais para a entrada nos estádios.

Em 1991, ao lado de Edemar Annuseck, participei das duas finais da Copa do Brasil entre Criciúma e Grêmio.

Ainda em junho daquele ano (esse com registro) acompanhei, de novo ao lado de Edemar, o amistoso Brasil x Argentina.

Em Curitiba, no Pinheirão (está abandonado desde 2007).

No ano seguinte, com Rodolfo Sestrem, fiz os dois jogos do Criciúma contra o São Paulo no Morumbi, pela Taça Libertadores.
Aliás, já contei aqui no Portal, com o “Galo”, o autêntico e inimitável, vivi momentos impagáveis.

Em 1996, outro acontecimento mágico.
Viajei com Paulo César (PC), Sebastião Aragão e Jorge Aragão (com seu Monza) de Blumenau até o Rio de Janeiro.
Para transmitir Vasco 0 x 0 Flamengo.
Final da Taça Cidade Maravilhosa.

Nos tempos em que era permitido trabalhar com liberdade nos campos (não existia a frescura de hoje).
Sentei atrás de um dos gols (à direita das cabines de Imprensa) na grama do Maracanã raiz.
Um sonho realizado.
Apesar da aventura (encarar mais de 2100 km de estrada, em sua maioria com pista simples e naquele tempo sem o Contorno Leste, em São José dos Pinhais, foi dureza), tenho um imenso orgulho dessa história.
Que contou com uma parada em Teresópolis, casa da Granja Comary (CBF), que estava fechada.

Teve ainda esse outro amistoso.
Desta vez na Ressacada.
Brasil 3 x 0 Dinamarca.

O que também contribuiu para meu grau de exigência, foram as entrevistas com baluartes do nosso esporte amador.

Tínhamos, sim, dirigentes com predileções políticas.

No entanto, todos brigavam por um único partido: Blumenau.

A cidade não foi campeã absoluta dos JASC e se tornou uma potência no esporte por acaso.

Sofremos uma mudança radical (no geral).

Pouca coisa (ou quase nada) serve de parâmetro.
Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor do quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.



O post Emerson Luis. Esporte: Pretérito perfeito apareceu primeiro em PORTAL ALEXANDRE JOSÉ – Notícias de Blumenau.