Liderança em transformação: a meritocracia virou prisão emocional?

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A forma de liderar mudou radicalmente nos últimos anos, impulsionada pela maneira com que as novas gerações enxergam o trabalho e pela pandemia. É o que defende Pedro Mandelli, professor da Fundação Dom Cabral e uma das maiores autoridades em liderança organizacional no Brasil em sua participação no episódio de estreia do programa Humanamente Possível.

Em conversa com o apresentador Leonel Andrade, que já foi presidente da Credicard, da Smiles e da CVC Corp, Mandelli defende que o modelo meritocrático tradicional — baseado em metas, bônus e cargos — se tornou emocionalmente esgotante. “A meritocracia virou uma prisão emocional. Se você bate a meta, aumentam a meta. Qual é a graça disso?”

A crítica não é ao esforço, mas à lógica produtivista sem propósito que, segundo ele, esvaziou o engajamento. Nesse sentido, a repetição, antes sinônimo de estabilidade, hoje é vista como um caminho para a obsolescência, enquanto a segurança emocional e a possibilidade de crescer se tornaram mais relevantes para a manutenção do contrato de trabalho e maior produtividade dos empregados. 

“Me dê um ambiente seguro, com aprendizado e mobilidade interna, e eu te dou dor de dono, alta colaboração e a minha melhor versão”, exemplifica.

O professor ainda enfatiza que a nova geração não é problemática, como muitos dizem — apenas não tolera modelos ultrapassados de gestão. Além de terem decretado o fim do ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, os jovens se conectam mais com pessoas e seus projetos do que com empresas.

“As pessoas seguem menos empresas e mais pessoas”, diz Mandelli, apontando que as novas gerações constroem suas trajetórias com base em ciclos de aprendizado. “Eles não esperam uma carreira linear. Querem sair com mais do que entraram”.

Com mais de três décadas formando executivos e escrevendo livros sobre liderança, Pedro Mandelli mantém a energia de um iniciante e o olhar afiado de um veterano. “Liderar não é fazer as pessoas fazerem. É fazer as pessoas quererem fazer”, finaliza. 

Para acessar o conteúdo completo da entrevista, basta clicar no vídeo acima.

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Neofeed

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