“A Malária Termina Conosco: reinvestir, reimaginar, reforçar” : 25/4 – Dia Mundial da Malária 2025

 

O Dia Mundial da Malária foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2007, com o objetivo de reconhecer o esforço global para controlar efetivamente a doença.

“A Malária Termina Conosco: reinvestir, reimaginar, reforçar”, tema de 2025, pretende ser uma campanha popular que visa revigorar os esforços em todos os níveis, desde a política até a ação comunitária, para acelerar o progresso rumo a sua eliminação, por meio de ações como:

Reinvestir: defender o aumento do investimento em programas de controle e eliminação da malária, protegendo as conquistas alcançadas;

Reimaginar: promover estratégias e abordagens inovadoras para enfrentar os desafios crescentes;

Reforçar: vontade política e engajamento comunitário para renovar o compromisso de acabar com a malária.

 

Progressos e décadas de conquistas arduamente conquistadas estão em risco. Eventos climáticos extremos, conflitos, emergências humanitárias e tensões econômicas estão interrompendo os esforços de controle da malária em muitos países endêmicos, deixando dezenas de milhões de pessoas com acesso limitado aos serviços necessários para prevenir, detectar e tratar a doença que, sem tratamento imediato, pode evoluir rapidamente para quadros graves e morte.

Hoje, estima-se que a malária ceife uma vida a cada minuto, com a maioria das mortes ocorrendo na Região Africana da OMS.

Dados da Organização revelam que cerca de 2,2 bilhões de casos de malária e 12,7 milhões de mortes foram evitados desde o ano 2000, mas a doença continua sendo uma séria ameaça à saúde global, particularmente na Região Africana da OMS.

De acordo com o último Relatório Mundial sobre Malária 2024, estima-se que houve 263 milhões de casos e 597.000 mortes por malária em todo o mundo em 2023. Isso representa cerca de 11 milhões de casos a mais em comparação com 2022, e quase o mesmo número de mortes. Aproximadamente 95% dessas mortes ocorreram na Região Africana da OMS, onde muitas pessoas em risco ainda não têm acesso aos serviços de que precisam para prevenir, detectar e tratar a doença.

Na região das Américas, embora o número de casos de malária relatados tenha diminuído desde 2017, quando atingiram 934 mil, alguns países ainda estão longe de alcançar a meta de redução de 75% até 2025, como proposto pelo Plano de Ação para a Eliminação da Malária 2021-2025, da OMS.

Segundo a Organização, a letalidade por malária na região amazônica é baixa, com 0,04% no ano de 2023. Já na região extra-amazônica, a letalidade chega a ser 51,1 vezes maior, chegando a 1,87% (dados preliminares). Os óbitos nessa região ocorrem, na maior parte, em pessoas que vêm infectadas de outros países ou de estados da região amazônica sem receber diagnóstico e tratamento oportunos e adequados, devido à dificuldade na suspeição de uma doença que não é frequente nesta área do país e pela desinformação dos viajantes a respeito dos seus riscos.

 

Malária no Brasil:

A região amazônica é considerada área endêmica para malária no país, registrando mais de 99% dos casos autóctones. A região compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Nas áreas fora da região amazônica mais de 90% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica e outros países amazônicos ou do continente africano. Apesar disso, existe transmissão residual de malária em estados da região extra-amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica.

Dados do Ministério da Saúde apontam uma queda na frequência de casos a partir de 2010 até 2016. Porém, em 2017, foi registrado um aumento de 52,7% nos casos autóctones em relação ao ano de 2016, com 189.515 casos. Em 2018, houve redução de quase 1%. A partir de 2019 são observadas reduções subsequentes até 2022, com a mais expressiva sendo de 18,4% em 2019, quando foram notificados 153.268 casos autóctones.

Em 2023, foram registrados 140.265 casos autóctones de malária no país, um aumento de 8,8% em comparação ao ano anterior. Do total de casos autóctones registrados em 2023, 17,3% foram de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 82,7% de malária por P. vivax e outras espécies.

Em relação às mortes por malária, no ano de 2018, após o aumento do número de casos em 2017, o número de óbitos aumentou 64,7%, indo de 34 em 2017 para 56 em 2018. No ano seguinte, 2019, houve redução de 33,9%, tendo o Brasil registrado 37 óbitos. Em 2020 ocorreu novo aumento e foram registrados 51 óbitos, 37,8% de aumento em comparação ao ano anterior. Após sucessivos aumentos, em 2023, foram registrados 63 óbitos por malária, 10% a menos que no ano anterior.

 

Também conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre, a malária é uma doença infecciosa causada por um parasito do gênero Plasmodium, transmitido para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego). Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno.

Mineiros, trabalhadores agrícolas e outras populações móveis são as de maior risco de contrair malária, representando entre 29 e 64% dos casos em alguns países, enquanto as populações indígenas também são as mais afetadas, representando entre 25 e 100% dos casos. Em algumas partes da bacia amazônica, até 45% dos casos de malária são relatados em crianças menores de 10 anos.

 

Sintomas:

Os sintomas mais comuns da malária são: febre alta, calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça (que pode ocorrer de forma cíclica).

Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas: prostração, convulsões, alteração da consciência, hipotensão arterial ou choque, dispneia ou hiperventilação, hemorragias, entre outros.

Gestantes, crianças e pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum e, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.

 

Tratamento:

A doença tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade e o peso do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade do quadro. Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.

 

Prevenção:

A prevenção da malária se dá, no nível individual, com as seguintes medidas:

– Uso de mosquiteiros;
– Roupas que protejam pernas e braços;
– Telas em portas e janelas;
– Uso de repelentes.

Já as medidas de prevenção coletiva incluem:

– Borrifação residual intradomiciliar (BRI);
– Uso de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração;
– Obras de saneamento para drenagem e aterro de criadouros do vetor;
– Limpeza das margens dos criadouros;
– Melhoria das condições de moradia e de trabalho das populações vulneráveis.

 

Visando mitigar o impacto da malária na saúde e na subsistência das pessoas, o Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa Nacional de Prevenção, Controle e Eliminação da Malária (PNCEM), cuja nomenclatura foi recentemente atualizada pela Portaria GM/MS nº 5.799/2024, lançou o Plano Nacional de Eliminação da Malária (PNEM) no ano de 2022.

O Plano apresenta quatro fases com marcos intermediários e define os objetivos e estratégias de acordo com os pilares da Estratégia Técnica Mundial para a Malária 2016–2030 da OMS. Ademais, prevê as seguintes metas: (a) menos de 68 mil casos de malária até 2025, (b) ausência de transmissão de malária por Plasmodium falciparum, menos de 14 mil casos autóctones de malária (total) e zero óbitos até 2030; e (c) eliminação da doença até 2035.

 

Conheça a campanha do MS para o Dia Mundial da Malária 2025!

 

Fontes:

Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)

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