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Na sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quinta-feira (24), o vereador Guguinha Moov Jampa (PSD) ratificou que a venda do mando de campo da partida do Botafogo da Paraíba contra o Flamengo para o estado do Maranhão traz prejuízos para a cidade. No entanto, o parlamentar pediu desculpas à torcida por não saber que a transação era a vontade da maioria dos torcedores.
Na sessão da última terça-feira (22), Guguinha Moov Jampa usou a tribuna da Casa para criticar a venda do mando de campo. Porém, segundo o parlamentar, seu discurso mal interpretado. “Tentaram distorcer a minha fala aqui, dizendo que eu estava criticando o Botafogo ou a torcida. Jamais! Até porque o Botafogo pertence à cidade de João Pessoa”, afirmou o parlamentar. Ainda de acordo com o parlamentar, foi dito que ele estava defendendo interesses do Flamengo.
“Não nego e nunca neguei que sou torcedor do Flamengo, no Rio de Janeiro. Mas, eu concordava que o Flamengo tivesse apenas 10% de sua torcida. Agora a SAF colocou 40% e disse que foi a Polícia Militar. O Coronel Sérgio negou, disse que em nenhum momento solicitou à SAF do Botafogo 40%. Depois, a SAF colocou a culpa no Procon, que apenas solicitou explicações sobre os valores dos ingressos. E, por último, quis colocar a culpa nos políticos. Aí eu pergunto se algum de vocês foi à SAF do Botafogo solicitar cortesias para o jogo do Flamengo. Pedi para a SAF dar nome aos bois, dizer quem foram os políticos, mas não tentar distorcer o meu discurso nesta Casa. O que disse foi que a cidade perdia, e perdeu mais: perdeu de mostrar que João Pessoa tem torcida, sim”, declarou.
O parlamentar comentou que acreditava que o desejo da realização do jogo na capital paraibana era um desejo também das torcidas. “Peço desculpas, porque achei que as torcidas organizadas e as torcidas do Botafogo eram a favor de que o jogo fosse aqui. Mas, eu percebi que a maioria da torcida queria que o jogo fosse lá. Então, tudo bem agora”, explicou Guguinha Moov Jampa.
Segundo Odon Bezerra (PSB), ainda que os torcedores lotassem o Almeidão, não se conseguiria alcançar o valor pelo qual o mando de campo foi vendido. “Mesmo com os ingressos a R$ 300, R$ 500, não iríamos ter o valor de mais de R$ 8 milhões como renda. O nosso futebol é muito pobre. Não tenho procuração para defender, queria ver o Flamengo jogar aqui. Mas, não tem condições, porque ofereceram um valor infinitamente maior”, argumentou o vereador, destacando ainda a necessidade de ampliação do estádio Almeidão. “O Botafogo teve a maior proposta de venda de campo de todos os tempos”, afirmou Marcos Henriques (PT), concordando com Odon Bezerra.
Fábio Lopes (PL) concordou que financeiramente era o mais viável para o time, porém os benefícios que a cidade poderia ter em termos de turismo seriam incalculáveis. “Temos que trazer a solução”, enfatizou o parlamentar, sugerindo a ampliação do Almeidão, seja por uma rubrica pelo Ministério do Esporte, por uma empresa que invista no estádio ou até a construção de um estádio maior e mais moderno em outro local. “Que esta discussão seja sadia, de longo prazo, para que a cidade amadureça e não perca mais jogos importantes para a divulgação do destino João Pessoa”, enfatizou Fábio Lopes, sendo acompanhado pelo vereador Fábio Carneiro (Solidariedade).
“Uma coisa ninguém vai poder negar: o futebol ficou para rico, e a Paraíba se coloca como estado pobre que não pode receber um grande evento. Mas, se todo mundo acha que isso é o correto, quem somos nós para fazer o debate? O que não pode é desqualificar a fala de um vereador que não veio difamar ninguém, veio trazer um problema real e verdadeiro. Milhares de pessoas queriam assistir ao jogo entre Botafogo e Flamengo aqui, mas a necessidade econômica falou mais alto do que o esporte”, afirmou Milanez Neto, solidarizando-se com o vereador Guguinha Moov Jampa.
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