Emerson Luis: Esporte: Falta pouco

Enquanto a FIESC não autorizar a liberação do estádio, provavelmente com um contrato de locação (antes da municipalização), não dá para cravar que a volta dos jogos de futebol no SESI está sacramentada.

Mas dá para ficar otimista.

Pois as conversas e as articulações nos bastidores estão evoluindo.

Gramado do SESI está bem conservado. Foto: Emerson Luis

O primeiro passo, conforme a previsão da coluna publicada aqui no Portal semana passada, se confirmou.

O prazo para definir a cidade sede, que seria ontem (29), foi prorrogado para 9 de março.

A informação quem me passou foi Francisco Battistotti.

Que conforme a tendência, também relatada neste espaço, passou a mão no telefone e mexeu seus pauzinhos.

Francisco Battistotti, diretor Executivo do Metropolitano. Foto: Robson Boamorte

A partir desse respiro, as metas se concentraram na parte burocrática.

As diretorias de Metropolitano e Blumenau assinaram o documento.

Enviado para a Federação.

Solicitando o adiamento.

Complexo Esportivo na final do Campeonato Brasileiro de Futebol Americano de 2019: Foto: FCFA

Imaginei que os trabalhos de manutenção começariam por esses dias.

A tão esperada reunião na capital não aconteceu.

Esse é o principal motivo.

Duas equipes (uma de cada clube) vão fazer os reparos.

Como o último jogo foi em abril de 2019, as obras são necessárias.

Sobretudo nos vestiários e banheiros.

Pisos, azulejos, chuveiros, bacios, pias, pinturas, luzes, fiação elétrica…

Tudo precisa ser verificado.

Delegações entram pelo mesmo portão. Foto: Portal Alexandre José

Poucos estádios, até de Série A, no estado, têm o suporte interno que o SESI oferece.

Não deve ser empecilho.

Os laudos e as vistorias da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia e da própria Federação Catarinense de Futebol é que preocupam.

Metropolitano e Criciúma na Série A de 2019 no SESI. Foto: Sidnei Batista

Não estamos falando do campo (que se fosse levado ao pé da letra teria de ser ampliado com as medidas oficias 110m x 68m).

E nem da iluminação que necessitaria ser trocada por led (caso liberado, os jogos só serão realizados durante o dia).

Na largada, por baixo, R$ 1,5 milhão.

Série B não exige jogos à noite. Foto: Internet

Sem contar que não ficaria pronto até 26 de maio.

Quando começa a Série B.

Sempre é bom lembrar que o estádio não foi construído para o futebol profissional.

Foi se adequando com o tempo.

Complexo Esportivo do SESI foi inaugurado em dezembro de 1978. Foto: Internet

Balneário Camboriú serve como parâmetro.

Também não foi feito para jogos oficiais.

Não chega aos pés do SESI.

Porém, foi reformado e liberado para o Brusque jogar a Série A.

Antes, quem atuou no litoral foi o Camboriú.

Briga entre torcidas do Brusque e Figueirense no Estádio das Nações. Foto: Pedro Gaya.

Tá todo mundo sofrendo com a falta de infraestrutura e segurança, principalmente.

O Brusque, inclusive, já avisou que não vai disputar lá a fase decisiva do Catarinense – pode ir para Jaraguá do Sul.

Estádio João Marcatto em Jaraguá do Sul. Foto: Internet

Voltando ao SESI.

Os ônibus das delegações entram pelo mesmo portão.

Bem como o acesso dos times aos vestiários.

A torcida tem passagem livre para as cabines de Imprensa.

Só para ficar nesses três exemplos.

Lá atrás sempre se deu um jeito.

Corredor de entrada dos times em campo. Foto: Internet

De todo modo vai existir um custo.

E essa conta precisa ser dividida.

Bem como o pagamento dos jogos.

Uma fonte me disse que a Prefeitura deve se responsabilizar pelo aluguel.

Pode incluir a taxa (vou chutar, R$ 50 mil), sobre o valor, de R$ 450 mil, que já é repassado mensalmente ao Sistema S.

Para o uso das quadras, salas e academia para handebol, futsal, vôlei, ginástica, atletismo…

Além de uma creche, que faz parte do pacote.

Equipe de handebol nos bons tempos da Liga Nacional. Foto: Internet

Existe ainda um outro agravante (fácil de resolver se alguém bancar).

O Blumenau Esporte Clube tem pendências para resolver – por isso, ficou fora das tratativas entre os empresários e políticos.

Dívida de gestões passadas (entre 2017 e 2018).

Na época, beirava os R$ 90 mil.

BEC e Metrô em ação no SESI em 2018. Foto: Internet

Soube que um dirigente do Metropolitano (que sempre fez bons acordos com o SESI, chegando um tempo a não pagar aluguel) foi cobrar a atual diretoria do BEC – que nunca usou o campo.

A resposta foi mais ou menos assim:

“Aqui todo mundo deve. Se colocar no papel os passivos de cada um, o rombo de vocês é muito maior. O momento é de unir forças, jogar em Blumenau e depois resolver isso”.

BEC e Internacional de Lages no SESI. Foto: internet

Assunto, como já coloquei outras vezes, que é segredo de estado.

Especula-se que o Blumenau deve pouco mais de R$ 600 mil.

E o Metropolitano R$ 1,9 milhão.

Com a inclusão dos cotistas da MIP (Metropolitano Investimentos e Participações S/A, fundada no final de 2007), salta para R$ 4 milhões.

Em abril de 2009 contava com 181 acionistas.

Muitos até hoje não viram a cor do dinheiro investido.

Também já ouvi dizer que o rombo está perto de R$ 6 milhões.

Muito subjetivo.

Torcida do Metrô nos bons momentos da equipe na Série A. Foto: Internet

O futebol é caro.

É um saco sem fundo.

Blumenau e Tubarão em Indaial. Foto: Internet

Ainda mais quando não se tem casa, calendário, planejamento, receita fixa com sócios e patrocinadores e um projeto sólido de formação de atleta.

Metropolitano e Marcílio Dias em Ibirama na Série A de 2021. Foto: Internet

Respinga na base.

O time Sub 21 do Metrô estreia dia 9 de março no Campeonato Catarinense B.

Contra o Juventus.

Em Apiúna.

No Estádio Walter Braatz.

Que pertence ao Aza Branca.

Time Sub 17 no estadual B de 2020 atuando em Apiúna. Foto: CA Metropolitano

Isso porque o CNPJ do clube está em Ibirama.

Logo, a equipe só pode jogar em uma distância de no máximo 30 km da sede.

Em Blumenau não dá.

E o BEC que no momento nem base tem?

Por obrigação do regulamento vai ter de disputar, no mínimo, uma competição.

Já optou, no Congresso Técnico da segunda divisão profissional, que vai jogar a Copa Santa Catarina Sub 17.

Só em setembro.

Não existe mais acerto com o XV de Outubro (dono do Estádio Ervin Blaese).

O contrato vence no final de abril.

Difícil a continuidade, pois uma escolinha de Blumenau (NFC) fechou acordo com a diretoria indaialense.

Também nenhuma das partes tem interesse em continuar.

A sequência da parceria com a Fundação Municipal de Esportes (FME) não está descartada.

Para possivelmente jogar no Parque Jorge Hardt.

Tudo, no entanto, depende da decisão daqui.

SUB 17 da FME/Indaial durante a Copa Oma Construtora e Incorporadora. Foto: Richard Ferrari

São vários fatores envolvidos.

É necessário seguir acreditando.

Mas também não dá para se iludir.

Porque no contexto geral, a engenharia é complicada.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Também atua como apresentador, repórter e produtor no quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV RecordTV Blumenau. Além de boleiro na Patota 5ª Tentativa.  

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