A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu neste sábado (20) três jovens acusados de planejar o assassinato de uma pessoa em situação de rua. O crime, segundo as investigações, seria exibido ao vivo na plataforma Discord. A ação foi frustrada horas antes do horário marcado, após o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão.
As investigações duraram cinco meses e revelaram uma rede criminosa que usava o Discord para divulgar conteúdos violentos como forma de “entretenimento”. Entre os crimes associados ao grupo estão maus-tratos a animais, racismo, incitação à violência sexual e discursos de ódio. Parte das ações era financiada por doações anônimas de usuários da plataforma.
Entre os detidos está Bruce Vaz de Oliveira, de 24 anos, que se apresentava publicamente como defensor dos animais e chegou a participar de eventos internacionais. De acordo com a polícia, ele adotava gatos para torturá-los e transmitia os atos online. A Secretaria de Polícia Civil informou ainda que há um documento emitido pelo governo dos Estados Unidos relacionando Bruce a uma célula terrorista. “É um verdadeiro psicopata”, declarou o secretário Felipe Curi.
Durante a coletiva de imprensa, a delegada Maria Luíza Machado relatou que Bruce negou todas as acusações, mesmo diante das evidências. A mãe dele, presente no local, confrontou o filho ao vivo: “Claro que é você!”, afirmou. Bruce respondeu: “Nunca faria isso, Deus me livre matar”. Para a polícia, a reação dele foi interpretada como dissimulada e manipuladora.
Além de Bruce, foram presos Kayke Sant Anna Franco, de 19 anos, e Caio Nicholas Augusto Coelho, de 18, apontados como os responsáveis diretos pela tentativa de homicídio. Eles vão responder por diversos crimes, incluindo incitação ao crime, corrupção de menores e indução à automutilação. Um adolescente de 17 anos, envolvido na moderação do grupo no Discord, também foi apreendido.
