
Nem o roteiro de uma série ousada da Netflix seria tão criativo: a Polícia Federal deflagrou nesta semana a Operação Teatro Invisível II, que teve como alvo uma mansão localizada em um condomínio de luxo em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O endereço era palco de vídeos que viralizaram nas redes nos últimos dias, apelidado com gosto duvidoso de “Mansão da Suruba”.
O foco da ação era apreender documentos e dispositivos eletrônicos pertencentes ao político Davi Perini Vermelho, mais conhecido como Didê. Ele foi presidente da Câmara Municipal de São João de Meriti, município da Baixada Fluminense, por três mandatos seguidos e, desde 2022, ocupa um cargo no governo estadual ligado a obras de saneamento e urbanismo.
O burburinho começou quando circularam nas redes vídeos de festas de gosto duvidoso realizadas na mansão. As cenas incluíam garotas de programa desfilando nuas pelas ruas do condomínio, regadas a som alto e bebidas abundantes.
Num dos vídeos divulgados na internet, duas mulheres completamente sem roupa acompanham o anfitrião da casa até a porta. O segurança do condomínio, após bater à porta pedindo para baixarem o som, ficou claramente sem reação diante da cena. A resposta de Didê foi ainda mais surreal: “Pode multar, irmão, multa aí, R$ 5 mil, R$ 10 mil. Tem como baixar o som?! Olha aí as peças”.
Apesar do tom de deboche, a situação é séria. Além dos vídeos, os federais buscam provas que possam esclarecer o envolvimento de Didê em possíveis irregularidades, inclusive relacionadas à uso de dinheiro público.