Grupo com pesquisadores da UFSC avalia impactos climáticos em um dos locais mais intocados do mundo

Floresta submersa chilena. Foto: Mathias Hune/Divulgação

No extremo sul das américas está situada a região subantártica chilena, um dos lugares mais intocados do mundo. Por isso o local, onde está localizado o Cabo de Hornos, é considerado um laboratório natural para observar as causas e as consequências das mudanças climáticas globais em um ambiente pouco alterado diretamente pela ação humana. Por meio da colaboração com cientistas da Universidade de Magallanes, do Chile, pesquisadores brasileiros, incluindo dois professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), têm realizado estudos na região desde o ano 2000.

A parceira, que já resultou na publicação de diversos artigos científicos, livros e convênios, ganhou impulso com a inauguração, em maio de 2023, do Centro Internacional do Cabo Horn para Estudos de Mudança Global e Conservação Biocultural (CHIC, na sigla em inglês). Localizado em Porto Williams, no norte da Ilha Navarino, no arquipélago da Terra do Fogo, o CHIC servirá como uma base estratégica para a realização de pesquisas transdisciplinares em áreas como climatologia, biodiversidade marinha, glaciologia, biologia terrestre e educação.

Com um investimento de mais de 10 bilhões de pesos chilenos – equivalente a R$ 300 milhões – por um período de dez anos, renovável por mais cinco anos, o projeto representa um dos maiores investimentos já feitos em ciência e tecnologia na região. As instituições brasileiras envolvidas no projeto são a UFSC, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Intenção também é consolidar relação institucionais, diz professor

“A expedição ao CHIC, mais que compartilhar resultados e perspectivas do momento atual do planeta, nos permitiu avaliar as chances para a consolidação das relações institucionais e acadêmicas entre as universidades e centros de pesquisa envolvidos. Essa articulação é fundamental para um diagnóstico preciso do cenário de emergência climática e ambiental que vivemos. As ações nos ambientes antárticos nos permitem antever os impactos que o aquecimento do planeta podem produzir em todos os continentes, inclusive no Brasil e em Santa Catarina”, avalia o professor Paulo Horta, do Departamento de Botânica da UFSC, um dos pesquisadores brasileiros que fazem parte do projeto.

Para o professor Orestes Alarcon, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, que também é parte do grupo de pesquisadores, “a proposta do centro CHIC é de criar infraestrutura para viabilizar a realização de pesquisas de vanguarda que nos auxilie na produção de diagnósticos detalhados das causas e consequências das mudanças globais”.

“Por meio do CHIC um grupo de mais de 80 pesquisadores, vinculados à Universidade de Magallanes e a outras instituições internacionais, tem desenvolvido um trabalho interdisciplinar inédito, que integra ciências, educação, artes e ética ambiental em programas de pesquisa, educação ambiental, conservação e turismo sustentável”, diz Flávio Berchez, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

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Com informações de Elton Alisson | Agência Fapesp.

 

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