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Celso Amorim, assessor de assuntos internacionais da Presidência do Brasil, assegurou que a China oferece “mais oportunidades” e “menos riscos” comerciais que os Estados Unidos, especialmente após a política tarifária impulsionada pelo presidente Donald Trump, uma estratégia que — segundo ele — coloca em perigo os princípios da política exterior brasileira.
Em declarações ao jornal O Globo, Amorim defendeu que “a China tem agora recursos disponíveis para investir no exterior que os Estados Unidos não têm”, e acrescentou que o país asiático “oferece hoje ao Brasil mais oportunidades e menos riscos”.
Segundo o assessor de Luiz Inácio Lula da Silva, a política americana não só consistiu em impor tarifas de forma generalizada, mas também em “forçar” os países a negociar bilateralmente, enfraquecendo o sistema multilateral.
Amorim destacou que “esta ruptura do multilateralismo está refletida em uma nota oficial da Casa Branca”, que, segundo ele, “elogia os acordos do século passado”. Neste sentido, lembrou que a recessão dos anos 30 teve entre suas causas as políticas protecionistas que agora — assegura — Washington volta a promover.
A posição do Governo brasileiro não está isolada. A crescente sintonia com Pequim lembra a linha adotada pelo Executivo de Pedro Sánchez, que nos últimos meses intensificou seus contatos com o regime comunista chinês e evitou qualquer gesto de confrontação, mesmo à custa de se distanciar de seus parceiros europeus e atlânticos.
Finalmente, o assessor brasileiro advertiu que “o colapso do sistema multilateral traz consigo um dano muito maior que qualquer vantagem comparativa que pudesse ter”, e não descartou a possibilidade de uma recessão internacional, embora considere que atualmente há uma “percepção diferente” nos Estados Unidos após o que classificou como a “tempestade global” desencadeada por Trump.
Crédito La Gaceta
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Fonte:
Paulo Figueiredo