Servidor da Fepam é indiciado por racismo em reunião virtual

Gesto durante reunião motivou investigação

Um servidor público da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), em Santa Maria, foi indiciado por racismo após ser flagrado fazendo um gesto com as mãos associado a grupos supremacistas brancos. O episódio ocorreu durante uma reunião virtual do órgão, no dia 2 de dezembro de 2024, quando o homem teria repetido o sinal semelhante ao “OK” — que, segundo entidades de combate ao extremismo, também pode representar a sigla “white power” (poder branco).

Polícia encontrou símbolos nazistas e conteúdo impróprio
De acordo com a delegada D. D., responsável pelo inquérito, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do investigado. Lá, foram encontrados itens como suásticas, capuz, capacete, máscara e imagens relacionadas ao nazismo, holocausto e racismo. Além disso, perícias realizadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) revelaram a existência de imagens de pornografia infantil nos dispositivos eletrônicos apreendidos. Por isso, além do crime de racismo, o servidor também foi indiciado por armazenar esse tipo de conteúdo ilegal.

Defesa nega motivação ideológica
O advogado M. S., que representa o investigado E. M., afirmou que o gesto feito por seu cliente seria uma alusão à inicial de seu nome, dentro de um suposto “contexto eleitoral” interno da Fepam. Ele também alegou que o capacete encontrado seria usado para paintball, a máscara serviria para proteção química, e que os demais objetos teriam sido herdados de um antigo locatário de uma casa pertencente à família, estando guardados para posterior descarte.

Servidor está afastado e processo interno segue suspenso
Segundo a Fepam, o servidor encontra-se afastado das funções desde 7 de março, após apresentar atestado psicológico com afastamento recomendado por 120 dias. O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto contra ele está suspenso enquanto perdurar o afastamento por questões de saúde. A investigação interna está na fase introdutória e deve ser concluída em até 60 dias após o retorno do servidor às atividades.

Pornografia infantil será apurada por outra delegacia
A Delegacia da Criança e do Adolescente (Deca) recebeu uma cópia do laudo referente às imagens de pornografia infantil para dar continuidade às investigações e apurar possíveis outros delitos ou envolvidos.

O caso agora está sob análise do Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia à Justiça com base nas conclusões da Polícia Civil.

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