Ação antitruste pode obrigar a empresa Meta a se desfazer do Instagram e do WhatsApp, sob acusação de práticas anticoncorrenciais
O CEO da Meta, empresa que dona do Instragran e do WhatsApp, Mark Zuckerberg, admitiu em julgamento que a compra do Instagram, em 2012, teve como objetivo eliminar concorrência no mercado de redes sociais. A declaração veio à tona com a apresentação de e-mails internos durante o processo antitruste movido pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), que acusa a gigante da tecnologia de sufocar rivais para manter sua posição dominante.
No tribunal federal em Washington, Zuckerberg foi confrontado com mensagens trocadas com executivos do então Facebook. Em um e-mail de 2012, ele discute quanto a empresa deveria estar disposta a pagar para adquirir aplicativos móveis como Instagram e Path, que “estavam construindo redes que competiam com a nossa”. Ao ser questionado se a intenção era “neutralizar um potencial concorrente”, o CEO confirmou.
Além disso, a FTC destacou que em nenhum dos documentos o executivo mencionava intenção de melhorar o Instagram — apenas a preocupação com a ameaça competitiva que a plataforma representava. A estratégia de aquisição se encaixa no padrão descrito pela agência como “comprar ou enterrar”, adotado para barrar o crescimento de rivais antes que pudessem se consolidar.
O que está em jogo no processo contra a Meta
A ação, iniciada em 2020, pode levar à cisão das plataformas adquiridas pela Meta, como o Instagram e o WhatsApp. A FTC argumenta que essas aquisições foram realizadas de forma anticoncorrencial e que, ao eliminar possíveis competidores, a empresa prejudicou a inovação e a liberdade de escolha dos usuários.
Segundo dados citados no processo, o Instagram deve representar mais da metade da receita publicitária da Meta nos Estados Unidos em 2025. O eventual desmembramento da empresa, portanto, teria impacto direto em seu modelo de negócios.
Durante o julgamento, Zuckerberg também reconheceu que o Instagram possuía tecnologia de câmera superior à do Facebook na época da aquisição. Ele afirmou que optou por comprar a plataforma ao invés de desenvolver uma alternativa interna, após analisar que o app concorrente estava mais avançado tecnicamente.
A Meta tenta invalidar a ação, alegando que o mercado de redes sociais foi definido de forma restrita pela FTC. A empresa afirma enfrentar forte concorrência de serviços como TikTok, YouTube e iMessage, que não foram incluídos na análise do órgão regulador.
A FTC, por sua vez, argumenta que, mesmo sendo gratuitas, as plataformas da Meta impõem custos aos usuários com o aumento da publicidade — uma consequência, segundo a agência, da falta de competição.
Se perder, a Meta poderá ser forçada a desfazer aquisições que hoje são peças-chave em sua receita e presença global no mercado digital. O julgamento segue sem prazo para conclusão.
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