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Os últimos meses têm sido movimentados para o Iguatemi. Em dezembro do ano passado, o grupo de shopping centers informou que adquiriu uma fatia do Pátio Higienópolis e do Pátio Paulista por R$ 2,6 bilhões. Em fevereiro deste ano, veio um novo CEO, Ciro Neto. Agora, a empresa informou que vendeu 49% de sua participação no Shopping Market Place e no Galleria Shopping, por R$ 500 milhões.
Todos esses movimentos estão conectados e seguem um propósito: ter um portfólio de investimentos com alto potencial de valorização, localizados em mercados estratégicos, segundo o Iguatemi. Para isso, o grupo está deixando de lado ativos que não trazem tanto retorno para focar nas novidades.
“As operações reforçam o comprometimento da Iguatemi com a alocação de capital eficiente, buscando a melhor rentabilidade por metro quadrado”, afirmou a companhia, em resposta ao NeoFeed. Na visão dos analistas do Itaú BBA e do Citi, essa foi uma decisão acertada.
“Consideramos a transação favorável, pois proporciona à empresa uma posição mais confortável em relação à alavancagem após o acordo com os Pátios, especialmente diante do cenário macroeconômico desafiador para desinvestimentos de ativos”, afirmou Daniel Gasparete, analista do Itaú BBA, em relatório sobre a transação.
Para o banco de investimentos, essa movimentação deve ajudar o Iguatemi a atingir sua meta de alavancagem de 2x até o fim do ano. No guidance de 2025, a empresa informou que precisaria totalizar R$ 300 milhões em vendas para atingir essa meta no período.
Apesar de não divulgar o comprador, o Iguatemi afirmou no fato relevante que o pagamento será realizado de forma parcelada: R$ 290 milhões serão depositados na data do fechamento do negócio, R$ 20 milhões serão pagos em dezembro de 2025 e o restante, R$ 190 milhões, serão liquidados em três parcelas até 2028.
No acordo, o Iguatemi também afirmou que cederá 24% do futuro empreendimento residencial multifamily que será construído no Complexo Market Place, e 16,7% do futuro empreendimento comercial do Complexo Galleria, ambos com expectativa de conclusão em 2029.
Com o negócio, o Citi acredita que as ações do Iguatemi podem atingir um preço-alvo de R$ 30, contando com um potencial de valorização de 36% em relação aos R$ 19,15 registrados na abertura do mercado de segunda-feira, 14 de abril. Os papéis registravam valorização de 3% no início da tarde, levando o valor de mercado da companhia para R$ 5,2 bilhões.
“Nosso preço-alvo também inclui um valor atribuído ao potencial de expansão da ABL atual da empresa, além de uma estimativa de avaliação de saída baseada em um cap rate de longo prazo de 9,5%”, afirmou André Mazini, analista do Citi, em relatório.
Em sua visão, os principais riscos para a empresa atingir esse preço-alvo estão relacionados a questões econômicas como emprego, salários reais e ao crescimento das vendas no varejo. Além disso, a inadimplência, vacância e rotatividade de inquilinos também são pontos de atenção.
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Neofeed