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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentará um período de recuperação prolongado após passar por mais uma cirurgia abdominal complexa, a sétima desde que sofreu o atentado a faca em 2018. De acordo com a equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, não há previsão de alta nesta semana, e os próximos dias são considerados críticos.
“Vai ser um pós-operatório muito prolongado. Não há previsão de alta nesta semana”, afirmou o cardiologista Leandro Echenique durante coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, 14.
Segundo os médicos, o procedimento foi necessário após exames indicarem distensão abdominal e níveis extremamente elevados de inflamação. A proteína C-reativa (PCR), que normalmente fica abaixo de 1 mg/dL, estava em 150 mg/dL no momento da internação. Esse quadro levou à decisão pela cirurgia de emergência, realizada no domingo.
A operação foi descrita como “complexa e trabalhosa”, com duração total de cerca de 12 horas, incluindo o tempo dedicado à liberação de aderências — cicatrizes internas causadas por cirurgias anteriores, que, segundo o cirurgião Cláudio Birolini, deixaram o abdômen de Bolsonaro em estado “hostil”.
“O intestino dele estava bastante sofrido, o que nos leva a crer que ele já vinha de um quadro de suboclusão há alguns meses”, explicou Birolini.
O que foi feito
A cirurgia, denominada “lise de aderências e reconstrução da parede abdominal”, incluiu a liberação de três metros e meio de intestino delgado milímetro por milímetro, devido às aderências formadas pelas múltiplas intervenções cirúrgicas passadas. Além disso, a equipe médica precisou elaborar uma nova estratégia para reconstruir a parede abdominal danificada.
Apesar da gravidade do caso, os médicos afirmaram que o resultado foi “excelente e satisfatório”. Por ora, não há previsão de uma nova cirurgia, embora os profissionais reconheçam que a formação de novas aderências no futuro é provável.
Sobre a possibilidade de Bolsonaro voltar a usar uma bolsa de colostomia, Birolini afirmou que “a princípio, não”, salvo em caso de complicações graves que exijam reoperação.
Cuidados nas próximas 48 horas
O momento atual é considerado decisivo. A equipe médica está em alerta para eventuais complicações comuns no pós-operatório abdominal, como infecções, trombose ou problemas de coagulação. Enquanto isso, Bolsonaro permanecerá na UTI e receberá nutrição intravenosa, pois seu intestino ainda não está pronto para processar alimentos.
“Será preciso deixar o intestino descansar, desinflamar, retomar sua atividade, para só depois pensar em alimentação via oral”, explicaram os médicos.
Linha do tempo da internação
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Sexta-feira (11/4): Bolsonaro passa mal durante evento do PL no Rio Grande do Norte e é levado de helicóptero a Natal.
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Sábado (12/4): Transferido em UTI aérea para Brasília.
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Domingo (13/4): Submetido a cirurgia de grande porte no Hospital DF Star.
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Segunda-feira (14/4): Médicos informam recuperação lenta, sem previsão de alta.
A nova internação reacende a discussão sobre os impactos duradouros da facada sofrida em 2018. Desde o atentado, Bolsonaro já passou por sete cirurgias, muitas delas relacionadas a complicações intestinais. A equipe médica seguirá monitorando o ex-presidente nas próximas semanas, com atenção redobrada para evitar intercorrências.

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Fonte : Hora Brasilia