São mais de 100 mil títulos, com destaque para as mulheres e para a cultura regional. Bienal do Livro reúne milhares de leitores e escritores em Fortaleza
A Bienal Internacional do Livro do Ceará reúne escritores e leitores até este domingo (13), em Fortaleza. São mais de 100 mil títulos, com destaque para as mulheres e para a cultura regional.
É em um pedacinho de natureza preservada do Quilombo dos Caetanos, em Capuan, na Região Metropolitana de Fortaleza, que dona Antônia dá forma à tradição de família: o bolo feito com a macaxeira colhida no próprio terreiro.
“A mãe ia fazendo e nos chamava para fazer uma roda, para ver ela fazer, para aprender. Mas eu creio que só quem aprendeu fui eu”, diz a cozinheira Antônia Maria Silva de Sousa.
Repórter: “E aí não tinha receita escrita, não?”
“Não. É de cabeça tudo”, responde Antônia.
O que várias gerações aprenderam só com a experiência, sem medidas e ingredientes anotados, foi registrado em um livro que, mais do que receitas, mostra a identidade cultural de dez comunidades quilombolas do Ceará.
A publicação ganhou as prateleiras da 15ª Bienal Internacional do Livro. Um retrato da diversidade literária do estado. E, dessa vez, com destaque para as mulheres.
Pesquisa da Câmara Brasileira do Livro mostrou que são elas as maiores compradoras: 62% dos que adquiriram mais de 10 publicações no último ano. E o livro físico ainda é destaque.
“Para mim, sempre foi importante a questão de você sentir o livro, de você ver, folhear as páginas”, diz a estudante Angélica Rodrigues.
Na Bienal, são mais de 100 mil títulos. Com o tema “Mulheres, resistência e literatura”, não faltam encontros de gerações de escritoras. A Stella Torelli, aos 12 anos, já publicou seis obras.
“Eu sempre gostei bastante de ler e, consequentemente, sempre tive esse sonho de escrever”, diz.
A Socorro Acioli já ganhou um Prêmio Jabuti na categoria infantil. “De fato, as mulheres têm escrito muito no mundo todo. O número de mulheres escritoras, e tratando dos temas que foram esquecidos por muitos anos, tem aumentado”, afirma a escritora.
São temas como a força das próprias mulheres que a Glória Diógenes retrata em um livro de memórias das vivências no sertão.
“Traz várias personagens, a rezadeira, mulheres que trabalhavam, como se diz, ‘nos mato’, na agricultura, no campo. Mulheres fortes do sertão e mulheres da cidade”, diz a antropóloga e escritora.
E direto do quilombo, dona Antônia visita pela primeira vez uma Bienal. Agora, como personagem de livro.
“A gente se sente orgulhosa de saber que nós, quilombolas, participamos e que estamos presentes nos acontecimentos da cultura né”, diz cozinheira Antônia Maria Silva de Sousa.
“Pela culinária se conhece tudo: todas as tradições, todas as vivências, todas as memórias, desde que estejam alimentando o corpo e a nossa alma também”, afirma a bibliotecária Ana Maria Farias.
LEIA TAMBÉM
Centenário de Edson Queiroz: conheça a trajetória do empreendedor cearense
Estátua de Cristo furtada em praia é encontrada enterrada e destruída em quintal, no Ceará
VÍDEO: Homem é flagrado tentando entrar no Brasil com 60 canetas de Mounjaro na calça
A Bienal Internacional do Livro do Ceará reúne escritores e leitores até este domingo (13), em Fortaleza. São mais de 100 mil títulos, com destaque para as mulheres e para a cultura regional.
É em um pedacinho de natureza preservada do Quilombo dos Caetanos, em Capuan, na Região Metropolitana de Fortaleza, que dona Antônia dá forma à tradição de família: o bolo feito com a macaxeira colhida no próprio terreiro.
“A mãe ia fazendo e nos chamava para fazer uma roda, para ver ela fazer, para aprender. Mas eu creio que só quem aprendeu fui eu”, diz a cozinheira Antônia Maria Silva de Sousa.
Repórter: “E aí não tinha receita escrita, não?”
“Não. É de cabeça tudo”, responde Antônia.
O que várias gerações aprenderam só com a experiência, sem medidas e ingredientes anotados, foi registrado em um livro que, mais do que receitas, mostra a identidade cultural de dez comunidades quilombolas do Ceará.
A publicação ganhou as prateleiras da 15ª Bienal Internacional do Livro. Um retrato da diversidade literária do estado. E, dessa vez, com destaque para as mulheres.
Pesquisa da Câmara Brasileira do Livro mostrou que são elas as maiores compradoras: 62% dos que adquiriram mais de 10 publicações no último ano. E o livro físico ainda é destaque.
“Para mim, sempre foi importante a questão de você sentir o livro, de você ver, folhear as páginas”, diz a estudante Angélica Rodrigues.
Na Bienal, são mais de 100 mil títulos. Com o tema “Mulheres, resistência e literatura”, não faltam encontros de gerações de escritoras. A Stella Torelli, aos 12 anos, já publicou seis obras.
“Eu sempre gostei bastante de ler e, consequentemente, sempre tive esse sonho de escrever”, diz.
A Socorro Acioli já ganhou um Prêmio Jabuti na categoria infantil. “De fato, as mulheres têm escrito muito no mundo todo. O número de mulheres escritoras, e tratando dos temas que foram esquecidos por muitos anos, tem aumentado”, afirma a escritora.
São temas como a força das próprias mulheres que a Glória Diógenes retrata em um livro de memórias das vivências no sertão.
“Traz várias personagens, a rezadeira, mulheres que trabalhavam, como se diz, ‘nos mato’, na agricultura, no campo. Mulheres fortes do sertão e mulheres da cidade”, diz a antropóloga e escritora.
E direto do quilombo, dona Antônia visita pela primeira vez uma Bienal. Agora, como personagem de livro.
“A gente se sente orgulhosa de saber que nós, quilombolas, participamos e que estamos presentes nos acontecimentos da cultura né”, diz cozinheira Antônia Maria Silva de Sousa.
“Pela culinária se conhece tudo: todas as tradições, todas as vivências, todas as memórias, desde que estejam alimentando o corpo e a nossa alma também”, afirma a bibliotecária Ana Maria Farias.
LEIA TAMBÉM
Centenário de Edson Queiroz: conheça a trajetória do empreendedor cearense
Estátua de Cristo furtada em praia é encontrada enterrada e destruída em quintal, no Ceará
VÍDEO: Homem é flagrado tentando entrar no Brasil com 60 canetas de Mounjaro na calça