Siga @radiopiranhas
O prefeito de Atibaia (SP), Daniel Martini (PL), eleito sob o discurso conservador e com forte uso da imagem de Jair Bolsonaro em sua campanha, protagoniza agora um episódio contraditório: a prefeitura repassou R$ 349.280,00 a uma cooperativa da reforma agrária com ligação direta ao MST, movimento de extrema esquerda.
A verba, segundo consta no Portal da Transparência da própria prefeitura, foi empenhada em 28 de março de 2025 pela Secretaria de Educação, com a justificativa de adquirir suco 100% de frutas para o programa de merenda escolar em creches municipais. A empresa beneficiada? A Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agrária Terra Livre Ltda, que tem ligação com assentamentos e movimentos de reforma agrária vinculados ao MST.
A contratação foi feita sem licitação, por meio de dispensa, conforme contrato nº 82/2022 e levantou questionamentos éticos e políticos ao envolver uma cooperativa ligada a um dos movimentos mais polêmicos do país. O recurso veio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e está vinculado à verba federal para alimentação de creches. No entanto, a aplicação direta em entidade próxima ao MST por uma gestão declaradamente bolsonarista gera contradições políticas gritantes.
Vereadores da oposição já pedem esclarecimentos urgentes sobre o contrato e prometem acionar o Ministério Público. “É inadmissível que recursos públicos federais, sob a gestão de uma prefeitura bolsonarista, estejam irrigando entidades associadas ao MST. É uma incoerência gritante que merece investigação”, declarou uma fonte do legislativo municipal.
Apesar da legalidade do contrato, o gesto causou espanto e indignação entre aliados de Bolsonaro, que enxergam no caso um exemplo gritante de jogo duplo. Martini foi eleito com discurso ideológico rígido, sempre alinhado à retórica antipetista, anti-MST e pró-direita conservadora, até se aproximou de Frederick Wassef, advogado conhecido por defender Bolsonaro em diversas frentes judiciais. Agora, sua gestão é acusada de financiar justamente o movimento que Jair Bolsonaro e sua base classificam como inimigo declarado da propriedade privada e da ordem institucional.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Atibaia, o prefeito Daniel Martini e o advogado Frederick Wassef não haviam se pronunciado.
O caso levanta questionamentos profundos: seria essa uma nova face do velho toma-lá-dá-cá? Como justificar o apoio político de uma gestão alinhada à direita destinando recursos a movimentos de esquerda?

source
Fonte : Hora Brasilia