Nova tarifa anunciada pela Casa Branca inclui 125% extras e reforça escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China
A Casa Branca confirmou nesta quinta-feira (10) que a tarifa total aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos chineses atingirá 145%, somando-se à taxa de 20% já em vigor desde o início do ano. A nova alíquota de 125%, determinada pelo presidente Donald Trump, busca punir Pequim por retaliações comerciais e pelo papel do país no tráfico de fentanil, segundo o governo americano.
A medida, oficializada em memorando da Casa Branca, representa um novo capítulo na guerra comercial entre Estados Unidos e China, elevando as tensões e preocupações entre economistas, investidores e empresas que dependem do comércio bilateral.
Trump aumenta tarifas e mercados reagem com instabilidade
A imposição de tarifas mais duras sobre a segunda maior economia do mundo fez os mercados financeiros entrarem em alerta. Apesar de uma trégua temporária — com suspensão de parte das tarifas por 90 dias — ter causado alta nas bolsas asiáticas e europeias, o mercado americano reagiu negativamente.
Por volta das 12h20 desta quinta-feira, o Dow Jones recuava 2,75%, o Nasdaq caía 4%, e o S&P 500 registrava queda de 3,27%. No Brasil, o Ibovespa operava em baixa de 0,86%, aos 126.703 pontos, enquanto o dólar subia 1,49%, cotado a R$ 5,932.
Tarifas de Trump impactam comércio global e consumo nos EUA
Além das tarifas sobre grandes remessas, os Estados Unidos passarão a taxar pacotes pequenos vindos da China, o que afeta diretamente os consumidores de varejistas populares como Shein e Temu. Itens de até US$ 800 terão tarifa de 120%, acima da proposta anterior de 90%.
As mudanças também aumentam a chamada “taxa da blusinha”, que incide sobre encomendas postais:
- De 2 de maio a 1º de junho: taxa de US$ 100 por item (antes US$ 75)
- A partir de 2 de junho: taxa de US$ 200 por item (antes US$ 150)
Tarifa para outros países e prazo de negociação
Outros parceiros comerciais dos EUA enfrentarão uma tarifa de 10%, mas terão um prazo de 90 dias para negociar acordos individuais. Caso não haja acordo até 9 de julho, as novas tarifas entrarão em vigor automaticamente.
Premissas econômicas e reações
Segundo analistas, a escalada tarifária imposta por Trump pode representar riscos à economia americana, com impacto direto em empresas, consumidores e no mercado financeiro global. Estima-se que as 500 maiores empresas americanas já acumularam perdas de US$ 8 trilhões entre 1º e 8 de abril.
Em resposta, a China já começou a retaliar, impondo limites à importação de filmes de Hollywood e abrindo novas frentes na disputa econômica com Washington.
Fonte: O Globo
The post Casa Branca reafirma taxa de 145% para produtos da China appeared first on Agora No Vale.