O jiu-jitsu é conhecido como a arte suave, mas é com o suor de treinos duros e intensos que uma promessa da modalidade se desenvolve em Florianópolis. Morador do Campeche, o jovem lutador Luís Guilhermy Santos, de 15 anos, faz uma preparação como profissional para as disputas dos campeonatos em Santa Catarina e estados vizinhos.
Luis Guilhermy é uma das promessas da arte suave – Foto: Rodrigo Polidoro/ND
Uma das promessas da equipe Start Doing, no Estreito, Luís cumpre uma jornada longa de ônibus com treinos em três períodos, divididos também com a aula no primeiro ano do ensino médio no período da noite. O objetivo do momento é conquistar um título nacional.
“Meu grande foco agora é o Campeonato Brasileiro, que será daqui a 20 dias, em São Paulo. A preparação tem sido muito forte nos treinos porque é o campeonato mais difícil”, conta.
Faixa azul, praticando da modalidade há quatro anos, o jovem lutador conta com o apoio irrestrito da mãe, Sandra Vieira, e do técnico Luciano Bernert. São os dois que puxam o nível do competidor em desenvolvimento.
“Eles estão sempre em cima de mim e querem o meu bem, com isso eu tento sempre mostrar o melhor que eu tenho para os dois. Todo dia tenho que estar aqui e 100% focado dentro e fora do tatame. O meu sonho é viver com o jiu-jitsu, viajar o mundo”, relata.
Treino de pegada na academia com parceiro da Start Doing – Foto: Rodrigo Polidoro/ND
Por sinal, a mãe é a grande incentivadora, mesmo que nas lutas nos ginásios possa não estar por dentro de todos os nomes dos golpes do jiu-jitsu:
“Ela está todo dia me ajudando para não errar na dieta, ir aos treinos e quando eu me machuco ela sempre busca o melhor dela para trazer pra mim. Nos campeonatos ela fica gritando bastante, ela não entende muito grita o que ela sabe”, diz aos risos.
Treinador e campeão mundial máster, Luciano Bernert tem acompanhado a evolução de Luís Guilhermy nos tatames dia após dia. Segundo ele, o sucesso vem se houver uma sintonia entre o técnico, lutador e família.
“É um menino muito querido e o meu relacionamento com a mãe dele é muito bom. Eu bato sempre na tecla que se o atleta tem sucesso é porque ele tem estrutura familiar. Ele tem uma muito dura e que ajuda muito a manter os compromissos. Eu entrego a minha parte, mas a família também precisa entregar a parte dela”.
Luis Guilhermy tem 15 anos e sonha viver da arte suave – Foto: Rodrigo Polidoro/ND
Jiu-jitsu é tudo
Santa Catarina tem hoje um dos principais lutadores de jiu-jitsu do mundo, o manezinho Tainan Dalpra. Campeão mundial e com agenda cheia para aulas e seminários, serve como inspiração para quem está sonhando em chegar lá. Luís Guilhermy, ainda nos primeiros combates, já sabe o que quer da vida.
“O jiu-jitsu significa tudo pra mim, eu largo mão das minhas coisas para fazer isso, é o que eu quero para a minha vida”.
A arte suave, por sinal, não é apenas para competidores. Muito pelo contrário. Luciano Bernert ajuda a exemplificar como a modalidade pode servir para outras valências da vida, exemplificando os jovens, mas que vale da criança ao idoso.
“O principal que o jiu-jitsu traz é a autoconfiança. Eles vem pra cá, reencontram essa autoconfiança e desenvolvem outras habilidades e ficam seguros de si. Um exemplo é na escola, quando ele vai apresentar um trabalho na frente dos amigos e você está confiança”.
