
Vídeos gerados por IA mostram Trump e americanos em fábricas de roupas. Publicações viralizaram em meio a debates sobre tarifas comerciais. Memes pró-China zoam tarifaço de Trump
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram representações de americanos e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizando trabalhos braçais no contexto das tarifas recíprocas. Os memes, que repercutiram ao longo de terça-feira (8), foram interpretados como um movimento pró-China. Veja acima.
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O primeiro vídeo mostra Trump operando uma máquina de costura. Em outro momento, ele aparece usando um boné com a sigla MAGA, de Make America Great Again (“Faça a América Grande de Novo”, em tradução livre), enquanto ajeita um tecido.
Outro meme exibe pessoas brancas e obesas trabalhando em uma indústria têxtil ao som de uma música chinesa. O vídeo termina com a frase “Make America Great Again”.
Internautas apontaram que as imagens de pessoas obesas fazem referência ao fato de uma parcela significativa da população americana ter sobrepeso — cerca de 40% dos adultos, segundo o governo.
Os vídeos foram claramente produzidos com o uso de inteligência artificial. Apesar de alguns usuários afirmarem que as imagens foram criadas na China, não está claro quem são os autores.
Na rede social chinesa Weibo, alguns internautas também ironizaram o tarifaço de Trump contra outros países. A China, que retaliou as taxas impostas pelos Estados Unidos, está entre as mais afetadas e enfrenta atualmente tarifas de 104%.
Um dos internautas publicou uma imagem que imita a TV estatal da Coreia do Norte. A montagem mostra a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciando as tarifas de Trump, enquanto o presidente aparece com o mesmo corte de cabelo do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Meme imita TV estatal da Coreia do Norte e mostra porta-voz da Casa Branca dando notícia sobre Trump com cabelo de Kim Jong-un
Reprodução/Weibo
Novas tarifas para a China
Na tarde de terça-feira, a Casa Branca confirmou que as tarifas de 104% contra a China começarão a ser cobradas nesta quarta-feira (9).
A medida entrou em vigor após o país asiático não desistir da retaliação aos Estados Unidos dentro do prazo estabelecido por Trump.
Mais cedo, o presidente americano afirmou em sua rede social que aguardava um contato da China para discutir as tarifas, mas isso não ocorreu.
Durante a madrugada, o governo chinês declarou que não pretende voltar atrás e que está pronto para seguir respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.
Entenda a tarifa de 104%:
No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações chinesas, que se somou à tarifa de 10% já existente, elevando o total para 20%.
Em 2 de abril, quando Trump anunciou seu plano de “tarifas recíprocas”, uma nova taxa de 34% foi imposta, levando a tarifa sobre produtos chineses a 54%.
Agora, após a retaliação chinesa — que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA —, a Casa Branca confirmou um acréscimo de mais 50%, elevando a taxa total para 104%.
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