Departamento de Justiça dos EUA investiga Boeing sobre explosão de porta durante voo

A Boeing enfrenta mais uma investigação federal sobre a explosão do plugue da porta do 737 Max, desta vez pelo Departamento de Justiça, numa investigação que pode expô-la a responsabilidade criminal.

A justiça está analisando se as falhas encontradas após a explosão da porta de um voo do 737 Max no mês passado violam um acordo de diferimento de acusação que a Boeing assinou com o governo há três anos, após dois acidentes fatais do Max, de acordo com uma pessoa familiarizada com a investigação.

Os promotores estão analisando se os últimos problemas na Boeing estão cobertos pelo acordo anterior, segundo o qual a fabricante pagou US$ 2,5 bilhões para resolver as acusações sobre uma suposta fraude a Administração Federal de Aviação (FAA) durante o processo inicial de certificação do 737 Max.

A investigação foi relatada pela primeira vez pelo The New York Times e pela Bloomberg.

A investigação relatada se soma a uma longa lista de investigações contra a Boeing depois que a porta de um avião Alaska Airlines explodiu durante o voo no dia 5 de janeiro. Ninguém ficou gravemente ferido.

A revisão da Justiça pode expor a Boeing a responsabilidades criminais mais amplas se as autoridades decidirem que a empresa violou um acordo legal que expiraria em 7 de janeiro, dois dias após o incidente com o plugue da porta. Não ficou claro qual parte do acordo a Boeing pode ter violado.

A Boeing disse que não tinha comentários sobre os relatórios da investigação da Justiça.

Famílias de passageiros que morreram nos acidentes do 737 Max em 2018 e 2019 – os acidentes que levaram ao acordo de adiamento da acusação – tentaram anular o acordo, dizendo que uma lei federal sobre vítimas deveria ter lhes dado suporte.

Nos dias seguintes ao incidente com o plugue da porta do voo 1282 da Alaska Airlines, um advogado das famílias pediu ao Departamento de Justiça que analisasse se a Boeing violou o acordo.

O acordo custou à Boeing US$ 2,5 bilhões em 2021, mas a maior parte desse dinheiro – US$ 1,77 bilhões – foi para compensar as companhias aéreas clientes da empresa, dinheiro que ela já tinha concordado em pagar pelos 20 meses de imobilização dos jatos após os acidentes.

Também incluiu uma multa criminal de US$ 243,6 milhões e US$ 500 milhões para financiar uma indenização aos familiares das vítimas do acidente.

A Boeing está sujeita a várias outras investigações decorrentes do incidente com o plugue da porta.

A FAA informou no mês passado à Boeing que está investigando se a empresa não conseguiu garantir que seus aviões “estão em conformidade com o projeto aprovado” e em conformidade com os regulamentos de segurança da FAA.

A agência também está concluindo uma auditoria nos processos de fabricação da Boeing e uma pesquisa com os funcionários da Boeing.

Na quarta-feira (28), a agência deu à Boeing 90 dias para produzir um plano para corrigir sérios problemas de qualidade e segurança.

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) continua investigando o incidente do plugue da porta e relatou recentemente que os parafusos críticos que mantêm o tampão da porta no lugar não foram instalados na fábrica da Boeing.

O NTSB não atribuiu a culpa pelo incidente à Alaska Air.

Enquanto isso, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, disse a investidores em janeiro que a Boeing é responsável pelo incidente. “Nós causamos o problema e entendemos isso”, afirmou.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Fonte : CNN BRASIL

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