
Doença cardíaca que mais mata brasileiros por ano, o AVC, ou Acidente Vascular Cerebral, é silencioso e dá poucos sinais antes de um episódio da enfermidade. Seus sintomas mais comuns são a boca torta, a fala embolada e a dormência dos membros de um lado do corpo, mas existem outras formas de identificar o quadro da doença.

O derrame (AVC) possui alguns sintomas faciais ou dores de cabeça – Foto: Freepik/ND
O que é um AVC e quais são suas causas
O AVC é o nome dado para quando há uma obstrução ou rompimento de algum vaso sanguíneo que irriga o cérebro, provocando sequelas imediatas e posteriores.
Essa doença possui dois tipos mais comuns: o AVC isquêmico e o hemorrágico. Enquanto o primeiro é causado por um coágulo ou placa de gordura que bloqueiam vasos sanguíneos cerebrais, o segundo é ocorre por um rompimento dessas veias e artérias, sendo, portanto, mais grave.
As causas para o AVC são variadas, podendo estar ligadas a má-formação de vasos sanguíneos, cardiopatias e hipertensão, como também são acarretadas por hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo, o sedentarismo e o consumo excessivo de álcool.
Quais são os sintomas de AVC?
Os sintomas dos tipos de AVC são bastante similares entre si, provocando descompassos cognitivos e motores no corpo humano. Os sinais mais conhecidos da doença são:
- Fraqueza muscular;
- Paralisação facial, dos membros inferiores e superiores ou mesmo de um lado do corpo;
- Visão turva, visão dupla ou sensação de linha sobre a linha da visão;
- Dificuldade na dicção das palavras ou para cantar algo;
- Dificuldade para escutar algo, mesmo que sejam frases simples;
- Tontura, desequilíbrio, falta de coordenação motora ou queda súbita;
- Dores de cabeça fortes e persistentes;
- Dificuldade para engolir;
- Náuseas e vômitos.
Como identificar se uma pessoa está tendo um AVC?
Por se tratar de uma doença silenciosa, o AVC acontece de maneira repentina, sem muitos avisos.

Sintomas de mini-AVC podem ser rápidos iguais ao de AVC – Foto: Freepik/Divulgação/ND
Portanto, diante de um episódio da doença, o recomendado é que a pessoa seja levada com urgência ao hospital ou unidade de saúde mais próxima.
Como maneira simples de identificar se um quadro de AVC está acontecendo com a própria pessoa ou alguém próximo, é só usar o acrônimo do SAMU:
- S (Sorriso): peça à pessoa para sorrir. Um lado do rosto pode ficar caído.
- A (Abraço): peça à pessoa para levantar os dois braços. Um braço pode ficar caído.
- M (Música): peça à pessoa para repetir uma frase simples. A fala pode ficar arrastada.
- U (Urgência): se você observar algum desses sinais, ligue imediatamente para o SAMU (192).
A importância do atendimento imediato em casos de AVC
As campanhas de conscientização e tratamento do AVC costumam ser centradas na importância da agilidade do atendimento para proporcionar ao paciente a maior chance de recuperação.
Essa rapidez é importante para conter os sintomas e evitar futuras sequelas na pessoa afetada pela doença.
Além disso, todas as equipes hospitalares são treinadas para priorizar esses casos assim que os pacientes com AVC chegam ao pronto atendimento.
Em quadros agudos, o protocolo é que seja feita uma tomografia para averiguar a gravidade do caso em até 20 minutos.
A administração de medicamentos trombolíticos, que dissolvem coágulos, retomando o fluxo sanguíneo, deve ser feita em até 1 hora.

AVC: sinais, prevenção e recuperação; o que dizem especialistas e pacientes – Foto: Divulgação/Freepik/ND
Segundo Elisa de Paula França Resende, neurologista do Hospital das Clínicas de Minas Gerais, “todos os profissionais, da recepção, passando pela enfermagem, radiologia, farmácia, clínicos gerais e neurologistas são responsáveis por otimizar o tratamento do paciente e fazer com que ele seja atendido nesse prazo. Esse prazo é importante para que o paciente tenha maiores chances de recuperar do AVC”, afirma a médica.