Na madrugada desta segunda-feira (08), uma mulher e seu filho adolescente foram atingidos por tiros de fuzil enquanto estavam dentro de casa na comunidade do Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A região é dominada pela facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Segundo informações da Polícia Militar, não houve confronto com agentes na área no momento do incidente. Os disparos teriam sido efetuados “a esmo” por traficantes, que estariam realizando testes com armamentos pesados, uma prática recorrente utilizada por criminosos para verificar a eficácia de fuzis e metralhadoras em seus arsenais ilegais.
“As vítimas estavam dentro de casa quando foram surpreendidas pelos disparos”, informou a PM em nota.
Mãe foi atingida no braço; filho levou tiro de raspão na cabeça
As vítimas, ainda não identificadas publicamente, deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros. O adolescente foi atingido de raspão na cabeça, enquanto a mãe foi baleada no braço.
Apesar da gravidade da situação, ambos sobreviveram e estão em observação. Ainda não há detalhes sobre o estado de saúde atualizado ou se serão transferidos para outra unidade hospitalar.
Comunidade sob controle do tráfico e clima de tensão constante
O Complexo do Chapadão é considerado uma das áreas mais perigosas da capital fluminense, marcada pelo conflito entre facções criminosas, roubos de carga, traficantes armados com armamento de guerra e frequente ausência do Estado. A prática de disparar tiros para “testar” fuzis é uma rotina absurda que coloca moradores inocentes em constante risco.
“Desde a madrugada, equipes do 41º BPM estão em patrulhamento preventivo na Comunidade da Pedreira, no Complexo do Chapadão, a fim de prevenir confrontos entre marginais de facções rivais e reprimir o roubo de veículos e cargas”, informou a PM.
A ocorrência reacende o debate sobre o abandono de comunidades dominadas pelo crime organizado e o uso de armamento de alto calibre por facções, que transformam bairros inteiros em zonas de guerra, com população refém da violência.