Dólar dispara a R$ 5,91 com temor de guerra comercial global e impacto do tarifaço de Trump

O dólar comercial fechou em forte alta nesta segunda-feira (7), cotado a R$ 5,9106, com avanço de 1,29% no dia e máxima de R$ 5,9313. O movimento reflete o pânico nos mercados diante do agravamento de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, após o anúncio de tarifas recíprocas sobre importações.

O Ibovespa, principal índice da B3, acompanhou o mau humor global e encerrou o pregão com queda de 1,31%, aos 125.588 pontos.

Dólar sobe mais de 3,5% no mês e se aproxima de R$ 6

Com o resultado de hoje, o dólar acumula:

  • +1,29% na semana
  • +3,59% no mês
  • -4,35% no ano

Na sexta-feira (4), a moeda americana já havia saltado 3,68%, cotada a R$ 5,8355.

A alta reflete a fuga global de ativos de risco e a corrida por segurança diante do risco crescente de uma guerra comercial global, iniciada com o “tarifaço” anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada.

Ibovespa tem pior sequência desde 2022

O Ibovespa também acumulou perdas expressivas:

  • -3,52% na semana
  • -2,31% no mês
  • +5,80% no ano

Na sexta-feira, o índice já havia recuado 2,96%, aos 127.256 pontos, com forte aversão ao risco nos mercados.

Guerra comercial afeta bolsas no mundo inteiro

O agravamento do conflito comercial entre EUA e China tem provocado quedas generalizadas nas bolsas globais. Hoje, os mercados asiáticos registraram perdas acentuadas:

  • Hong Kong: -13,22%
  • CSI 1000 (China): -11,39%

Na Europa, as perdas superaram os 4% nos principais índices. Já nos EUA, apenas o Nasdaq conseguiu fechar com leve alta, mas ainda sob pressão.

A escalada começou na quarta-feira (2), quando Trump anunciou tarifas de 10% a 50% sobre importações de mais de 180 países. A China respondeu na sexta-feira (4) com tarifas equivalentes de 34% sobre produtos americanos. Nesta segunda, Trump ameaçou subir em mais 50% as tarifas se Pequim não recuar.

Empresas perdem US$ 6 trilhões em valor de mercado

A tensão comercial gerou perdas históricas em Wall Street. Somente entre quinta e sexta-feira, empresas listadas nos EUA perderam cerca de US$ 6 trilhões em valor de mercado, segundo a consultoria Elos Ayta.

O grupo das “sete magníficas” da tecnologia — Alphabet (Google), Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — perdeu sozinho US$ 1,8 trilhão em dois dias.

China anuncia restrição à exportação de terras raras

Em resposta, o governo chinês declarou que vai limitar a exportação de terras raras para os Estados Unidos, insumos estratégicos usados em tecnologia e fabricação de chips. A medida afeta elementos como samário, térbio, gadolínio e disprósio, essenciais à indústria de alta tecnologia.

Essas restrições começam a valer na próxima sexta-feira (11) e acentuam o risco de escassez global desses materiais.

Analistas temem recessão global

A possibilidade de uma recessão nos EUA e o impacto global da disputa comercial acendem um alerta vermelho no mercado. Tarifas mais altas encarecem insumos, pressionam a inflação e reduzem o consumo, comprometendo a atividade econômica.

O mercado agora monitora os próximos passos da China e da União Europeia, que também deve retaliar. A incerteza sobre os desdobramentos do tarifaço faz crescer a busca por ativos seguros, como o dólar, e afasta investidores da renda variável.

Fonte: G1

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