Com tarifaço de Trump, Estados Unidos entra oficialmente em bear market

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O tarifaço do presidente Donald Trump segue provocando reações negativas no mercado internacional – especialmente no americano. Sinal desse mal humor, o S&P 500, principal índice de ações dos Estados Unidos, entrou no conceito de bear market na segunda-feira, 7 de abril, ao acumular mais de 20% de queda desde a máxima de fevereiro.

O índice Nasdaq, referência da bolsa onde estão listadas as maiores empresas de tecnologia, já chegou a cair mais de 25% desde as máximas. O Dow Jones, o único dos três principais índices de ações americano acima da linha que delimita o bear market, teve um drawdown (perda máxima em relação ao pico) próximo de 19% desde novembro, quando bateu na máxima em seus quase 130 anos de história em meio ao otimismo com a vitória de Trump.

O que mudou a opinião de investidores em relação ao que se esperava da administração foi a amplitude da política tarifária, anunciada na quarta-feira, 2 de abril. Além de mais ampla que o esperado, por abranger mais de 100 países – muitos deles aliados –, as taxas impostas pelos Estados Unidos também foram consideradas excessivamente agressivas. Desde o anúncio, os índices Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 caíram 16%, 13,3% e 14,2%, respectivamente.

Com a apreensão de investidores sobre os impactos econômicos das tarifas anunciadas por Donald Trump, as bolsas americanas são destaque negativo no mundo. No acumulado do ano, o índice Nasdaq chega a acumular 25% de queda, considerando a mínima desta segunda, enquanto o Dow Jones e S&P 500, têm perdas próximas de 17%. Na ponta contrária, o Ibovespa acumula alta 4% no mesmo período e bolsas da Europa e Ásia têm quedas 5%, apesar das duras perdas nos últimos dias.

Após o anúncio da tarifas, o banco UBS revisou a projeção de lucro por ação do S&P 500 de US$ 265 para US$ 250, passando a prever estagnação para este ano. Como consequência, o banco baixou sua pontuação-alvo para o índice de 6.400 para 5.800. Em caso de hard-landing, no entanto, o UBS acredita que o S&P 500 poderia cair a 4.500 em relação aos níveis atuais.

No Goldman Sachs, a expectativa de crescimento dos Estados Unidos foram reduzidas de 1% para 0,5%, com aumento da probabilidade de recessão em 12 meses sendo elevada de 35% para 45%. A projeção considera algum nível de flexibilização até as tarifas anunciadas entrarem em vigor, com aumento de 15 pontos percentuais (p.p.) nas taxas. Se a maioria das tarifas forem implementadas, o Goldman Sachs prevê um aumento de 20 p.p., o que, afirma, poderia levá-lo a prever uma maior chance de recessão nos Estados Unidos.

Além dos efeitos sobre a economia americana investidores temem que retaliações de outros países agravem ainda mais a guerra comercial. Nesta segunda, os Estados Unidos, anunciaram tarifas adicionais de 50% as tarifas contra China, após Pequim ter anunciado tarifas retaliatórias de 34% sobre produtos americanos. .

Com os prejuízos se estendendo desde o anúncio das tarifas, na semana passada, Wall Street tem endurecido o discurso contra o líder americano. Bill Ackman, do fundo Pershing Square, classificou a política como um “inverno nuclear econômico auto induzido”, enquanto Howard Marks, da Oaktree, alertou para o risco de os Estados Unidos se isolarem do mundo.

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