China bloqueia acordo para venda do Tiktok devido às tarifas de Trump

O regime chinês decidiu interromper as negociações para venda do TikTok em resposta às tarifas aplicadas pelo governo dos EUA, liderado por Donald Trump, segundo informou a agência Reuters.

A decisão se tornou pública logo depois do líder da Casa Branca ter anunciado na sexta-feira (4) uma nova prorrogação do prazo para que a rede social chinesa TikTok seja vendida e continue operando em território americano.

Uma das fontes consultadas pela Reuters afirmou que o acordo foi praticamente finalizado na quarta-feira passada, o que possibilitaria o desmembramento das operações americanas da plataforma de vídeos curtos em uma nova empresa sediada nos EUA e majoritariamente de propriedade e operada por investidores americanos. A ByteDance manteria uma posição de menos de 20%.

No entanto, a China pediu, nesta segunda-feira (7), aos EUA que garantam às empresas chinesas um entorno empresarial “aberto, justo, equitativo e não discriminatório” no país. “Expressamos nossa posição de forma clara em diversas ocasiões. A China abordará essa questão de acordo com suas próprias leis e regulamentos”, declarou em uma entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.

A reação de Pequim ocorre após Trump afirmar neste domingo (6) que suas novas tarifas sobre produtos chineses frustraram um acordo preliminar para permitir que o TikTok, de propriedade da chinesa ByteDance, continuasse operando nos EUA.

O mandatário afirmou que “se tivesse reduzido um pouco as tarifas, teriam aprovado o acordo em 15 minutos”, acrescentando que isso “demonstra o poder das tarifas”.

Ainda durante o governo de Joe Biden, a Casa Branca impôs, por meio de lei, que a ByteDance se desassocie completamente do TikTok no território americano, para continuar em funcionamento. A medida foi tomada baseada na segurança nacional.

Pequim, por sua vez, sustenta que qualquer operação de venda também deve passar por um processo de revisão de segurança nacional, já que o regime de Xi Jinping detém uma participação na ByteDance que lhe dá poder de veto.

Crédito Gazeta do Povo