Lula cogita levar Barroso em viagens internacionais para exibir “união” dos Três Poderes

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Com a aprovação derretendo e a base aliada dando sinais de impaciência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agora busca novas formas de parecer no controle — nem que seja na foto. Segundo o jornal Estadão, Lula estuda incluir o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, em suas próximas viagens internacionais, numa tentativa de vender ao mundo a imagem de um Brasil institucionalmente estável, mesmo que o cenário interno diga o contrário.

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A justificativa oficial é fortalecer a “cooperação entre os Três Poderes”. Mas, nos bastidores, o gesto soa menos como integração e mais como marketing de crise: um esforço para mostrar unidade enquanto o governo enfrenta dificuldades para aprovar pautas, controlar o Congresso e conter a erosão de apoio popular.

Barroso ainda não confirmou se aceita a participação, mas sua presença serviria como uma espécie de selo de autenticidade no projeto de “harmonia forçada” entre Executivo, Legislativo e Judiciário — algo que não se vê desde que as emendas parlamentares viraram campo de guerra.

A proposta de incluir Barroso segue o modelo da recente turnê asiática, quando Lula embarcou para Japão e Vietnã com Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) — presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. A viagem rendeu bons cliques e o recado simbólico de que os Poderes estão em sintonia. Mas, na prática, parlamentares continuam reclamando que o governo só aparece quando precisa de voto ou foto bonita com bandeira ao fundo.

Um cacique do Congresso resumiu o sentimento: “Não adianta chamar só na eleição”. A frase resume a percepção de que Lula só está disposto a fazer política quando o cenário aperta — e 2025 está apertando.

A eventual inclusão de Barroso na comitiva não passa despercebida por observadores políticos. O STF tem sido protagonista de embates constantes com o Legislativo e alvo de críticas de parte da sociedade, especialmente após decisões polêmicas e a condução de casos ligados ao 8 de Janeiro.

Levar o presidente da Corte como enfeite institucional numa viagem ao exterior pode até render manchetes sobre “diálogo entre os Poderes”, mas também levanta questionamentos sobre o uso simbólico do Judiciário em estratégias de imagem do Executivo.

Internamente, o governo corre contra o tempo para aprovar uma de suas promessas mais repetidas: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O objetivo é reconquistar a classe média, que vem se afastando do lulismo e será essencial em 2026. Mas, até aqui, o projeto caminha lentamente, com mais discursos do que articulação concreta.

Enquanto isso, o Planalto parece mais empenhado em costurar viagens e jantares do que em garantir votos. A inclusão de ministros do STF em comitivas internacionais pode agradar à elite diplomática e gerar manchetes favoráveis, mas não substitui a entrega de resultados reais — especialmente em um cenário de inflação teimosa, crise na segurança pública e queda de renda.

No fim das contas, a imagem de harmonia que Lula tenta projetar em suas viagens pode até funcionar em painéis da ONU. Mas, de volta ao Brasil, o que se vê é um governo que patina na execução, resiste ao conflito até quando não pode, e começa a usar gestos simbólicos como muleta política.

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Fonte : Hora Brasilia

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