O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou na manhã desta quarta-feira (02) o encerramento do processo de estudo para a aquisição de uma nova aeronave para o Estado. A decisão foi comunicada por meio das redes sociais e ocorre após a polêmica gerada em torno do tema.
Segundo Leite, a necessidade de um novo avião surgiu a partir de demandas da Secretaria da Saúde e da Secretaria de Segurança Pública. Ele explicou que, em outubro de 2024, um jovem com menos de 30 anos faleceu na região de Santa Rosa e teve os pulmões disponibilizados para doação. No entanto, devido à falta de uma aeronave com velocidade suficiente para transportar os órgãos a tempo, a família desistiu da doação, o que pode ter impactado dois pacientes que aguardavam na fila de transplantes. O governador ainda destacou que, apenas em 2023, pelo menos 40 doações de órgãos foram perdidas no estado devido à demora na liberação dos corpos, em parte relacionada à dificuldade no transporte.
Leite também mencionou que o Estado tentou fretar aviões a jato para suprir essa demanda, mas nenhuma empresa com aeronaves baseadas no Rio Grande do Sul se apresentou para o serviço. Diante dessa situação, o governo deu início a estudos para a possível compra de um novo avião, que atenderia emergências na área da saúde, além de demandas da segurança pública em operações de deslocamento rápido pelo estado.
O governador reforçou que, sempre que possível, utiliza voos comerciais para seus deslocamentos e destacou que a última aquisição de uma aeronave pelo Estado levou mais de dois anos entre o início do processo e a chegada do avião. “Se o meu mandato se encerra em um ano e nove meses, acho que fica claro que essa eventual aquisição não seria para atender ao governador”, argumentou.
Apesar de considerar o debate sobre o uso do dinheiro público legítimo, Leite criticou a forma como a questão foi tratada na política e na imprensa, classificando os argumentos apresentados como “viciados e equivocados”. Diante da repercussão negativa, ele determinou a interrupção do processo de compra. “Essa iniciativa foi iniciada por uma necessidade do Estado, especialmente na área da saúde, onde cada minuto pode significar uma vida salva”, finalizou o governador.
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