Demora no atendimento e falta de remédios: caos na saúde afeta população em Campo Grande


Com aumento em casos de doenças respiratórias, unidades de saúde registram superlotação; Comissão de Saúde da Câmara diz que vai se reunir com a secretária para discutir o assunto. Crise na saúde em Campo Grande
Reprodução
Falta de medicamentos, superlotação e demora no atendimento são episódios que formam um cenário de colapso na saúde pública de Campo Grande, conforme relatos da população.
A reportagem apurou que somente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon, na noite desta segunda-feira (31), faltaram cinco tipos de remédios e a confusão precisou ser intermediada pela Guarda Civil Metropolitana.
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A atendente Nathiele Dias da Silva, de 22 anos, foi uma das pessoas que procurou a UPA Lebron para receber atendimento médico após sentir dificuldade para respirar e tosse. A jovem relata que ficou mais de 4 horas aguardando para passar por um médico e ser medicada.
“Cheguei por volta das 18h40 e fui embora depois das 22h. A UPA estava extremamente lotada, com pessoas esperando até deitadas no chão. Tinham pacientes que estavam lá desde a hora do almoço aguardando serem chamadas”.
Gevanilson Cordeiro, de 46 anos, também contou que procurou atendimento na UPA Tiradentes por dois dias consecutivos. Ele tentava encaminhamento médico para psiquiatra após ter crises de ansiedade e dificuldade para dormir. Contudo, o instalador de gás foi informado que devido a superlotação das unidades não é possível fazer o agendamento.
“A UPA Tiradentes está a Deus dará e a situação da saúde de Campo grande está abandonada, infelizmente as pessoas vão morrer esperando atendimento. Tentei por duas vezes conseguir uma consulta com um psiquiatra, mas me disseram que não estão marcando consulta para nenhuma especialidade. Fiquei horas esperando e não tem quem atenda”.
Procurada pelo g1, a Secretaria de Saúde (SESAU) informou que, nos últimos dias, houve um aumento significativo na demanda pelos serviços de saúde, devido ao crescimento dos casos de doenças respiratórias registrados tanto nas unidades de atendimento quanto nos hospitais. Como consequência, os tempos de espera para atendimento foram impactados.
O g1 questionou a Sesau mais esclarecimento sobre os problemas apontados pelos pacientes, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Comissão de Saúde pede esclarecimentos
O caos na saúde chegou também à Câmara de Campo Grande. Isso porque parlamentares da Comissão de Saúde disseram que irão se reunir com a secretária para discutir o tema.
O vereador Fábio Rocha (União Brasil) entregou ofício ao líder da prefeita com dados de atendimento. Segundo o documento, foram quase 5 mil somente nesta segunda-feira (31), sendo necessário adotar providências urgentes.
O líder da prefeita, vereador Beto Avelar (PP), reconheceu que o problema da superlotação é grave, mas pediu paciência à população devido aos casos registrados de gripe.
Ainda segundo o parlamentar, a Sesau e a Câmara irão trabalhar em conjunto para encontrar uma solução para os problemas da saúde da capital.
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