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Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estudam levar o caso de seu cliente à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sediada na Costa Rica. A possível ação contra o Supremo Tribunal Federal (STF) é justificada, segundo a defesa, por um suposto cenário de perseguição política e jurídica, além da ausência de acesso integral às provas que embasam as investigações em curso.
A estratégia, segundo reportagem da Veja, surge em meio a sucessivas derrotas nos recursos apresentados ao STF. Bolsonaro é, de acordo com seus representantes, o ex-presidente mais investigado da história do país. A equipe jurídica afirma que há quatro anos ele é alvo de apurações que teriam “revirado sua vida”, sem que pudesse acompanhar todas as evidências levantadas contra ele.
O ministro Alexandre de Moraes, relator dos principais inquéritos, é apontado por Bolsonaro e aliados como símbolo do que consideram ser uma atuação parcial da Corte. O próprio ex-presidente já se reuniu com representantes da CIDH, afirmando que Moraes promove perseguição política e restringe a liberdade de expressão no Brasil.
Embora a iniciativa de acionar a Corte internacional não garanta efeitos práticos imediatos, os advogados apostam em um impacto simbólico e político. A intenção seria reforçar, no plano internacional, a narrativa de que o ex-presidente sofre perseguição, o que poderia abalar a imagem do STF e fortalecer o discurso de seus apoiadores.
No Brasil, a defesa continuará atuando nos processos e promete intensificar o questionamento sobre supostas irregularidades nas ações penais em andamento. Um dos focos será explorar diferentes versões do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator. Os advogados também criticam a junção, em um único processo, de crimes como golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que consideram juridicamente questionável.
Outro ponto levantado pela defesa é o acesso limitado aos autos, o que, segundo eles, fere o direito ao contraditório e à ampla defesa. A atuação na CIDH, nesse contexto, seria mais um elemento da estratégia para internacionalizar a disputa jurídica envolvendo o ex-presidente.

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Fonte : Hora Brasilia