Imagens feitas por IA no estilo Ghibli causam polêmica nas redes sociais; entenda

Na última semana, imagens feitas com inteligência artificial imitando o estilo artístico do Studio Ghibli viralizaram nas redes sociais e provocaram uma grande polêmica na web.

Inspiração de Studio Ghibli no Chat GPT vira polêmica nas redes sociais – Foto: Divulgação/Chat GPT/ND

Criação de imagens no Chat GPT sobrecarregam plataforma

Tudo começou na terça-feira (25), quando o CEO da OpenAI, Sam Altman, anunciou uma nova funcionalidade de inteligência artificial para a criação de imagens por meio do ChatGPT.

Com mais possibilidades de criação e edição, alguns internautas começaram a transformar fotos em imagens no estilo das produções do premiado estúdio de animações japonês, Studio Ghibli.

Muitos internautas adoraram o efeito, que acabou virando uma trend na internet. Foram tantas fotos de família, cidades, amigos e outras diversas variedades de ilustrações criadas e divulgadas nas redes sociais, que o próprio sistema do Chat GPT teve uma sobrecarga, de acordo com o CEO.

Polêmica do estilo Studio Ghibli no Chat GPT

Os filmes do Studio Ghibli são conhecidos pelos traços delicados e feitos à mão, o que gerou uma polêmica. Segundo comentários nas redes sociais, a criação de desenhos sem direitos autorais é prejudicial para o mercado de desenhistas, e vai contra os valores da própria marca .”O Studio Ghibli não é só uma trend, é um misto de sentimentos e histórias em cada traço feito. Ver as pessoas o conhecendo pela IA é triste”, comenta uma fã.

Um usuário do Instagram condenou o uso da IA para copiar o estilo: “Mesmo que a IA faça em um minuto, ela está roubando e copiando o trabalho de alguém, o que torna a arte linda é o trabalho por trás”.

Além disso, uma comparação entre o tempo de produção IA e dos desenhistas foi levantada nas redes sociais. Uma cena de quatro segundos, de uma das produções do estúdio, no filme “Vidas ao vento”, levou mais de um ano para ser finalizada afirma a publicação.

@jesuisconstantin Hayao Miyazaki was adamant that this scene from Studio Ghibli’s The Wind Rises (2013) had to be hand-drawn without using any CGI effects. It took animator Eiji Yamamori 15 months to complete. At 24 frames per second, that’s a total of 96 images, resulting in 6.4 images per month. Every character in the crowd has their own personality and goal depicted through their movements, and everything blends into a beautifully coordinated yet chaotic body of people. #art #hayaomiyazaki #anime #draw ♬ original sound – Je suis Constantin

Outro internauta, no entanto, defende a ferramenta e o direito de replicar estilos de desenho: “O que as pessoas estão fazendo é apenas simular um estilo de desenho que admiramos”, explica.

Em resposta a polêmica, o Instagram do Studio Ghibli Brasil fez uma publicação neste domingo (30) explicando a filosofia e o trabalho por traz das animações do estúdio: “O Studio Ghibli é conhecido por seu estilo visual riquíssimo, feito com animação tradicional à mão. Cada cena é planejada com um nível impressionante de detalhes, desde a arquitetura dos cenários até os pequenos gestos dos personagens. Essa atenção aos detalhes não apenas enriquece a animação, mas também cria uma imersão emocional para o espectador”, finaliza.

Riqueza de detalhes nas ilustrações originais que conquistas os fãs – Foto: Divulgação/Studio Ghibli/ND

Um dos fundadores do estúdio, Hayao Miyazaki, já havia declarado em uma entrevista em 2016 seu repúdio ao uso da inteligência artificial, e disse que não pretende adotar a prática nos seus trabalhos.