Estrela supera os 700 casos de Dengue e estado de emergência deve ser decretado

Resultado anterior das armadilhas Ovitrampas mostrou queda acentuada de locais contaminados, mas número de casos não para de subir e é quase duas vezes maior ao do mesmo período do ano passado. Município deve decretar estado de emergência nas próximas horas  

A Administração Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), continua operando em diversas frentes no combate à Dengue. Nesta semana, a Vigilância Epidemiológica iniciou a instalação do terceiro ciclo das chamadas “Armadilhas de Ovitrampas”, técnica utilizada para identificar e tabular os maiores focos do Aedes aegypti – mosquito transmissor da Dengue, febre Chikungunya e ‎Zika Vírus.

Números do segundo ciclo, realizado no mês passado, apresentou queda no número de pontos contaminados. Ainda assim o contingente de doentes segue crescendo, em número quase o dobro maior ao em comparação ao mesmo período de 2023, e o Governo de Estrela deve decretar estado de emergência nos próximos dias. Em balanço comparativo ao mesmo período do ano passado (23/04), são 658 casos em 2024 contra 388 em 2023, mas nenhuma morte. Em apenas três dias foram mais 50 casos, superando a barreira dos 700, mais da metade do ano em abril.      

Dengue Estrela – agoranovale-laejado (2)

Armadilhas

A técnica é somente mais uma dentro das diversas frentes do Governo de Estrela no combate à doença. A proposta, que faz parte do Projeto Piloto das Ovitrampas do Estado, é um modelo de armadilhas instaladas em pontos estratégicos que buscam captar ovos do Aedes aegypti. As armadilhas consistem em vasos de planta sem furo e palhetas de madeira (eucatex). Nestas são colocadas água com levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito a depositar os ovos no local (ovoposição). Essas armadilhas ficam por cinco dias no local – geralmente em residências, com autorização dos moradores – e depois são recolhidas – mas sem riscos pois são tiradas antes de se tornarem criadouros do mosquito.

Redução

No primeiro ciclo, das 96 Ovitrampas instaladas e distribuídas pelos bairros Boa União, Pinheiros, Indústrias, Moinhos, Estados, Oriental, Centro, Imigrantes, Alto da Bronze e Cristo Rei, 97% tinham ovos do Aedes aegypti. Ao todo foram, 3.1 mil ovos coletados, e índice de positividade de 95%. Já no segundo ciclo houve uma redução significativa: 1.7 mil ovos coletados, e índice de positividade para o mosquito transmissor de 52%. As armadilhas do terceiro ciclo serão recolhidas entre segunda (29) e terça-feira (30) para então ser realizada a análise.

Para a coordenadora da Vigilância em Saúde, Carmen Liane Soares Hentschke, há uma expectativa para os resultados que indiquem a continuação na redução da proliferação dos mosquitos. “A explicação ao fato de mesmo em menor número de focos os casos da doença ainda estarem crescendo é porque temos muitos mosquitos contaminados, que picaram alguém doente e seguem picando familiares e vizinhos. A chegada dos dias mais frios, o maior cuidado das pessoas com o que se pode tornar um criadouro, o uso de repelentes e até mesmo com o uso de roupas mais compridas, vai auxiliar na redução dos casos de dengue”, frisa ela.

Dengue Estrela – agoranovale-laejado (4)

LIRAa e larvicida

 Em maio será realizado o Novo Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o que determina o Índice de Infestação predial (IIP). O mesmo é realizado a cada três meses (período determinado pelo Ministério da Saúde). O último apontou índice de infestação de “16,3”. O número é o dobro do último de 2023, quando apontou índice de “7,4”, o que já é considerado “altíssimo” pelas autoridades. No último levantamento não teve bairro que não indicasse a presença do mosquito. Outras ações são realizadas, como visitas diárias aos bairros, e novas medidas, como a aplicação de larvicida, são estudadas.   

Casos da doença

Os relatórios dos casos da doença são semanais. Este ano Estrela registra até então 712 casos. Em 2022, os casos de Dengue iniciaram em 10 de março e totalizaram 487 pessoas contaminadas. Em 2023 foram 920 casos, com um óbito, ocorrido em abril, durante a época que se registrou a maior incidência da doença, muito provavelmente pela proliferação dos criadouros do mosquito ao longo do verão.

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