Na Acil, prefeito de Bento Gonçalves explica como reduziu número de beneficiários do Bolsa Família

Prefeito de Bento falou sobre inserção de pessoas no mercado de trabalho

 “O que estamos fazendo em Bento Gonçalves é o certo. Estamos reduzindo o número de beneficiários do assistencialismo e colocando essas pessoas no mercado de trabalho.” A fala é do prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, ao explicar as ações adotadas no município da serra gaúcha para conduzir beneficiários de programas sociais ao mercado de trabalho. Ele foi o palestrante da reunião-almoço (RA) que a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) realizou nesta quarta-feira (26) em parceria com a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT).

No início de sua exposição, Siqueira comentou que os governos estadual e federal vieram implementando uma série de benefícios que deixou a população acostumada com o assistencialismo. “Viemos de uma sequência de governos onde se criou o sentimento de que político bom é aquele que cria algum tipo de benefício para a população”, pontuou. De acordo com o prefeito, essa sequência de ações faz com que a população fique acomodada e não busque uma colocação no mercado formal.

Segundo Siqueira, é preciso voltar alguns anos, quando não havia uma série de programas sociais e as pessoas entravam espontaneamente para o trabalho. “Precisamos fazer as pessoas entenderem que o trabalho é a maior e melhor fonte de renda para as pessoas. Que elas precisam ir de forma espontânea procurar uma ocupação”, manifestou.

Reunião-Almoço Acil (2)

Ações

Ao abordar as ações que foram realizadas no município para conduzir a população ao mercado formal, Siqueira informou que o município estava com 2.224 cadastros no Bolsa Família em novembro de 2024. Hoje, esse número está em 1.717. “Nós tivemos uma redução de cerca de 20% no número de cadastros, sendo principalmente por inconsistência nos dados do cadastro ou porque as pessoas estavam no mercado informal de trabalho”, falou.

De acordo com Siqueira, funcionários da prefeitura municipal foram analisar os cadastros do programa e começaram a entrar em contato com esses beneficiários para conduzi-los ao mercado de trabalho. “Muitas vezes, essas ligações não eram atendidas porque a pessoa já havia trocado de número ou, quando atendiam, assim que oferecíamos o emprego ela desligava”, explicou.

Neste momento, o prefeito comentou que precisou adotar outra estratégia e montar equipes para ir visitar as pessoas cadastradas no programa. “Realizamos uma força-tarefa e, em parceria com a iniciativa privada, fomos em busca de vagas de emprego para essas pessoas”, explicou.

O prefeito comentou que a análise iniciou pelos homens solteiros, sem filhos e com idades entre 18 e 40 anos. “Nós tínhamos, em Bento, 48 homens solteiros e sem filhos recebendo o Bolsa Família. Depois dessa análise e de encaminhar essas pessoas que estavam em plenas condições de trabalhar, nós reduzimos esse número em 99%”, afirmou.

Segundo Siqueira, a prefeitura municipal oferece todo o suporte para encaminhar as pessoas ao mercado de trabalho. “Além de visitá-las para fiscalizar os dados do programa, nós oferecemos o emprego a ela, em empresas próximas ao seu endereço. Fazemos o currículo dessas pessoas e um carro da prefeitura leva-as para a entrevista, para realizar o exame admissional e ainda as busca para o primeiro dia de trabalho”, contou.

Falta de mão de obra

Siqueira comentou ainda que a falta de mão de obra enfrentada pelas empresas é fruto do assistencialismo criado pelo governo. “As pessoas criaram a cultura de não querer trabalhar e viver dos benefícios, pois além do Bolsa Família nós temos o Vale Gás, o Pé de Meia e outros benefícios”, desabafou.

Ao falar sobre a profissionalização das pessoas, o prefeito defendeu que os municípios contam com educação de qualidade e uma série de instituições que oferecem cursos gratuitos e preparam as pessoas para o mercado de trabalho. “Precisamos voltar alguns anos e perder o sentimento de ‘coitadismo’ que foi provocado por essa série de assistencialismo. Cortando os benefícios e incentivando as pessoas a entrarem no mercado formal de trabalho, elas conseguem ter sucesso em qualquer lugar”, frisou.

Valorização do trabalho

Em seu discurso de abertura, o presidente da Acil, Joni Zagonel, destacou a importância de abordar este tema em uma associação empresarial. “Nós precisamos deixar claro que o trabalho é fundamental para o crescimento da sociedade! E todos devem contribuir com a força do trabalho para o desenvolvimento das comunidades”, frisou.

Zagonel elogiou a iniciativa de Siqueira em começar este movimento no município. Adiantou que essas ações vêm ao encontro do discurso do presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa. “O presidente da Federasul fala muito que a união entre o poder público e o privado gera riquezas e melhora a sociedade como um todo”, comentou.

Zagonel, acompanhado do presidente da CIC-VT, Ângelo Fontana, conduziu as perguntas do público à Siqueira no final do evento. A programação foi acompanhada por mais de 90 pessoas.

Patrocínio

As RA’s de 2025 da Acil têm o patrocínio de Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), BrasRede Telecomunicações, CBM Materiais Elétricos, Excellence Garçons, Florestal Alimentos, Fruki Bebidas, Grupo Imec, Grupo RBS, Kappel Imóveis, Olicenter, Rhodoss Implementos Rodoviários, Sicredi Integração RS/MG, Tecnosom Sonorização, Unimed VTRP, Vincere Construtora e Wep Compliance.

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