Polícia Civil da Paraíba encontra 90% dos desaparecidos em 2025

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Desde o ano 2020, a Polícia Civil da Paraíba vem intensificando um trabalho de localização de pessoas informadas como ‘desaparecidas’ no estado. Equipes de investigação estão sendo orientadas a diversificar os métodos de busca para encontrar essas pessoas ou identificar seu paradeiro, serviço que já apresenta resultados muito significativos.

 

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, das 143 pessoas ditas como desaparecidas na Paraíba, 130 delas já foram localizadas, o que representa 90% dos casos. Em 2024, das 866 pessoas registradas como desaparecidas, 580 foram localizadas (65% dos casos).

 

Na série histórica – seguindo a relação de desaparecidos x localizados – temos o seguinte cenário: 

 

ano 2020: 375 x 187, o que representa 50% de localizados;

ano 2021: 509 x 231, o que representa 45% de localizados; 

ano 2022: 529 x 149, o que representa 28% de localizados; 

ano 2023: 783 x 330, o que representa 42% de localizados;

ano 2024: 866 x 580, o que representa 65% de localizados;

2025 (janeiro e fevereiro): 143 x 130, o que representa 90% de localizados.

 

As subnotificações

 

No decorrer do trabalho, a Unidade de Estatística da Delegacia-Geral constatou que o índice de localização dessas pessoas era baixo porque, em muitos casos, o comunicante que registrava o Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento não informava à Polícia Civil o retorno da pessoa até então desaparecida. 

 

“Então, nós tínhamos um cenário estatístico que não transmitia a realidade dos fatos: um grande número de pessoas que já estavam com suas famílias, mas que constava nos registros oficiais da polícia e da justiça como se estivessem desaparecidas. Para sanar essa lacuna, a equipe da nossa Unidade de Estatística passou a monitorar isso de forma muito intensa, realizando a busca ativa por essas informações”, disse o delegado-geral da PCPB, André Rabelo.

 

Motivações constatadas

 

De acordo com o levantamento da Polícia Civil, a maioria das pessoas que são informadas em Boletins de Ocorrência como ‘desaparecidas’ apresenta transtornos psíquicos como causa da ausência no seio familiar. Outra grande parcela dos entrevistados preferiu não informar os motivos do desparecimento.

 

Na sequência das ‘motivações’ informadas, seguem situações como “lazer e diversão”, “alcoolismo e outros vícios”; “relacionamento afetivo”; “sequestros e outros atos violentos”; “vítimas de homicídio”; “desorientação”; entre outros.

 

Dados detalhados

 

André Rabelo informou que, para esse trabalho específico, a Unidade de Estatística busca extrair o máximo de informações possível sobre o problema. 

 

“Essa equipe faz um verdadeiro ‘raio x’ do cenário: analisa cada Boletim de Ocorrência registrado; faz contatos com familiares e comunicantes do desaparecimento; checa quantos foram localizados e quantos ainda estão sendo procurados; analisa os motivos do desaparecimento; as cidades onde ocorreu o fato; o perfil das pessoas por gênero e idade; o grau de parentesco de quem faz a comunicação do desaparecimento; os dias da semana em que são registrados os casos; a forma como os desaparecidos foram encontrados ou voltaram para suas casas. Enfim, um grande trabalho científico. Afinal, para que qualquer problema seja sanado, é preciso que conheçamos as suas causas. Nos casos em que a própria Polícia Civil não localiza, efetivamente, a pessoa desaparecida, a nossa equipe busca saber com os familiares dos desaparecidos como está a situação de cada caso. Esse é mais um serviço que a Polícia Civil oferece à sociedade paraibana”, disse André Rabelo.

 

4º lugar no Brasil

 

Em um ranking publicado pelo Ministério da Justiça referente ao mês de janeiro de 2025 (o único consolidado nacionalmente até o dia da pesquisa), a Paraíba está em quarto lugar no Brasil, com 99% de pessoas localizadas que foram informadas como desaparecidas em registros de Boletins de Ocorrência. 

@politicaetc

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