Caso Thamily: familiares se despedem de estudante morta após operação policial em SC

Em uma cerimônia marcada pela comoção, amigos e familiares se despediram de Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, estudante morta após uma operação policial, que tinha como alvo o companheiro da vítima, em Criciúma, na última sexta-feira (21). A corporação responsabilizou um motorista de app pela abordagem a tiros dos agentes. O caso Thamily repercute em todo o estado.

Thamily Venâncio Ereno foi baleada durante uma operação policial – Foto: Redes sociais/ND

As despedidas da jovem, que era estudante de odontologia, aconteceram na capela mortuária do Cemitério Santa Bárbara, em Lauro Müller, também no Sul de Santa Catarina. Em entrevista à NDTV Criciúma, o pai de Thamily Venâncio Ereno, David Ereno, falou que não sabia da relação do genro com o tráfico de drogas.

Caso Thamily: morte causou comoção em SC

“Até então, eu não sabia de envolvimento nenhum e sobre o que estão falando dele, eu também não sei se é verdade”, enfatizou. “O que a polícia tinha contra ele, era a polícia e ele, minha filha não tinha nada a ver com isso”, acrescentou o pai da vítima. O sepultamento aconteceu nesta segunda-feira (24).

Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, morta durante uma operação policial

Estudante foi sepultada nesta segunda-feira (24); caso Thamily causou comoção em SC – Foto: Redes sociais/ND

A prima da vítima, Hemely Silveira, disse que a jovem era uma pessoa maravilhosa. “Uma menina encantadora, que todo mundo amava. Não temos nada para falar dela. Foi injusto isso tudo que aconteceu. Estamos com nossos corações despedaçados”, desabafou.

Delegado regional fala sobre o assunto

Nesta segunda-feira, o delegado regional de Criciúma, André Milanese, concedeu uma entrevista ao Balanço Geral para esclarecer o assunto. “Não foi algo programado, nem esperado, mas infelizmente aconteceu”, pontuou. Confira na íntegra:

Relembre o caso

Os policias civis cumpriam um mandado de prisão, no dia 2 de março, contra um jovem, de 20 anos, companheiro da vítima, envolvido com crimes de tráfico de drogas e com organização criminosa. No momento da abordagem, o foragido estava dentro de um carro de aplicativo.

Ainda conforme a Polícia Civil, o condutor do veículo não obedeceu à ordem de parada dos agentes e acelerou, em marcha ré, na direção dos policiais. Um disparo foi realizado e atingiu a cabeça da jovem, que recebeu atendimento médico no local. Posteriormente, a vítima foi encaminhada ao hospital.

No sábado (22), o delegado regional da Polícia Civil, André Milanese, informou que a unidade hospitalar divulgou que a jovem apresentava quadro de morte encefálica, mas continuava respirando. A morte foi confirmada, oficialmente, no domingo.

Viatura da Polícia Civil de Santa Catarina; caso thamily repercute em todo o estado

Caso Thamily: policiais civis realizavam uma operação na última sexta-feira (21), no bairro São Sebastião, onde a jovem foi morta – Foto: Divulgação/Polícia Civil

Em uma nota, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, disse que “a grande responsabilidade pelo caso foi o condutor do veículo e de quem misturou a jovem com o mundo do crime”. Ele explicou, ainda, que o foragido, que se escondia, teria entrado sozinho no veículo.

“Com a voz de prisão, o motorista deu a ré em cima da viatura e dos policiais civis, ocorrendo legítima defesa com disparo de arma contra a agressão injusta, tendo o disparo acertado uma mulher que já estava no carro quando o foragido entrou”, ressaltou o delegado-geral.

Defesa do motorista de app diz que houve “articulação policial”

A defesa do acusado, em nota, enfatizou que ele realizava uma viagem para um casal. “Ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro”, diz um trecho do texto.

A defesa ainda argumentou que o motorista, após ser encaminhado até a Delegacia de Polícia para prestar depoimento, “se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais”.

O motorista de aplicativo, de 42 anos, está preso preventivamente. A Polícia Civil informou que o homem respondia a outro processo pelo crime de lesão corporal e de dano. O jovem, namorado deThamily, também está detido.

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