Centaurus Capital compra fatia do Goldman Sachs e se torna o maior acionista da Oncoclínicas

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A gestora Centaurus Capital comprou 15,79% das ações da Oncoclínicas em uma operação com fundos ligados ao Goldman Sachs, tornando-se a principal acionista da empresa, com 31,83% do capital.

A Centaurus foi fundada por John Arnold, ex-trader da Enron que se tornou bilionário operando gás natural no mercado americano. Hoje, o principal nome por trás dela é Allen Gibson, que é CIO da gestora e já faz parte do conselho da Oncoclínicas desde 2021.

A compra foi feita via mercado privado com o Goldman Sachs. Na transação, a Centaurus adquiriu do fundo Josephina I, ligado ao banco americano, ações à vista equivalente a 15,79% do capital da empresa. O Goldman Sachs manteve 4,96% da Oncoclínicas através do Josephina II Fundo de Investimento em Participações. O valor da operação não foi divulgado.

Paralelamente, foi feita uma operação envolvendo derivativos em que Centaurus assumiu uma posição vendida representando o mesmo volume de ações à vista adquiridas, enquanto o Goldman Sachs manteve uma posição comprada da mesma magnitude.

Na prática, ambos os lados seguiram com exposição similar à variação do papel, mas com a transferência do direito de voto para a gestora ligada a Arnold. As ações da Oncoclínicas são negociadas em alta de 1,20% na manhã desta segunda-feira, 24, após o anúncio da operação.

Entre os principais acionistas da Oncoclínicas, segundo o site de relações com investidores da empresa, estão o Master, com 19,9%, Latache (10,19%) e o fundador Bruno Ferrari, com 8,41%.

As recentes movimentações da Centaurus acenderam o alerta de acionistas minoritários, que pediram à companhia, na semana passada, a realização de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). O pedido, feito pela Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo (ABRAICC), teve como base o aumento de participação da Centaurus acima de 15% em novembro.

Em resposta à CVM, a Oncoclínicas informou na noite de sexta-feira, 21, que “não identificou nada que levasse à conclusão de que a Centaurus estivesse obrigada a lançar a OPA”. A companhia afirmou que, “ainda que a Centaurus — ou qualquer outro acionista — estivesse obrigada a lançar a OPA, não caberia à administração da Companhia convocá-la, e sim ao ofertante”.

As ações da Oncoclínicas estão entre as maiores altas da bolsa em 2025, acumulando valorização de 137%, impulsionadas pelo aumento da participação do fundo Latache Capital.

Em maio, a Oncoclínicas levantou R$ 1,5 bilhão em um follow-on com participação do Banco Master e do fundador da companhia, Bruno Ferrari, com o objetivo de reduzir o endividamento. A alavancagem caiu de 3,9 vezes o Ebitda no primeiro trimestre de 2024 para 2,7 vezes no terceiro. O resultado do quarto trimestre será divulgado nesta quinta-feira, 27 de março.

Questionada pela reportagem sobre a recente aumento de participação da Centaurus, a Oncoclínicas informou que está em período de silêncio e que não comentará sobre o tema no momento. Mas retirou seu “compromisso com a transparência” e afirmou que “divulgará informações relevantes ao mercado assim que possível, em conformidade com as normas regulatórias”.

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