11º Seminário Regional de Meliponicultura reúne mais de 500 pessoas

O 11º Seminário Regional de Meliponicultura reuniu cerca de 500 participantes nos dias 21 e 22 de março no Colégio Teutônia, consolidando-se como um dos maiores eventos do Vale do Taquari voltados à criação de abelhas sem ferrão. Participaram agricultores, especialistas, pesquisadores, lideranças e estudantes.

A iniciativa teve como objetivo difundir conhecimentos, promover a integração entre meliponicultores, estudantes e comunidade, além de incentivar a adoção de técnicas produtivas sustentáveis.

A programação contou com palestras, oficinas, minicursos, exposição de enxames de abelhas nativas, além da comercialização de colmeias, produtos e insumos para a atividade. Na sexta-feira, a programação foi direcionada à visitação de estudantes, que puderam conhecer as diferentes espécies de abelhas sem ferrão, o processo de polinização e os produtos derivados da meliponicultura. Durante o evento, especialistas compartilharam conhecimentos sobre técnicas de manejo, como a confecção de iscas, transferência de jataí para caixa racional e produção de sabonete artesanal.

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O agrônomo Paulo Francisco Conrad, integrante da Associação de Meliponicultores do Vale do Taquari (AMEVAT) e da organização do Seminário, destacou a importância do evento como um fórum para troca de experiências. “A integração entre os produtores é fundamental, muitos deles estão na atividade não apenas por questões econômicas, mas pela preservação ambiental e sustentabilidade”, afirmou. Ele também reforçou o papel pioneiro da AMEVAT na defesa das abelhas nativas no Rio Grande do Sul e valorizou a presença dos meliponicultores, com delegações de diferentes regiões “A AMEVAT foi a primeira organização do Estado voltada à defesa da causa das abelhas nativas.”

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Palestras

Entre as palestras na manhã de sábado, o professor Jefferson Radaeski apresentou estudos sobre as plantas visitadas pelas abelhas, destacando a análise de pólen no mel como ferramenta para identificar preferências alimentares dos enxames. “É possível estabelecer essa relação, que nos ajuda a compreender hábitos e identificar preferências. Também permitem ao produtor a tomada de decisão na hora de adotar plantas para essa interação”, frisou.

O contador e especialista em Negócios, Elias Eduardo Vieira, abordou o mercado de créditos de carbono e as possibilidades de compensação financeira para meliponicultores que contribuem para a conservação ambiental, reforçando também a importância da consciência ambiental, pensando no futuro em termos de Meio Ambiente.

Sustentabilidade ambiental e econômica

Na abertura oficial, a diretora interina do Colégio Teutônia, Fabiane Dentee Wommer, frisou a tradição da instituição no apoio à agricultura familiar e boas práticas apícolas. “Ao longo dos 73 anos do CT, a agricultura familiar sempre esteve presente em nossa formação, no coração do nosso compromisso com a educação e o desenvolvimento regional. No curso Técnico em Agropecuária, a disciplina de Apicultura tem presença marcante na matriz curricular, alinhada aos nossos valores de sustentabilidade e à importância do respeito à natureza e à biodiversidade” valorizou, citando ainda o desenvolvimento de projetos técnicos e de boas práticas apícolas. “A meliponicultura, com sua relevância na preservação ambiental e na geração de renda sustentável, está diretamente alinhada aos princípios que defendemos.”

O vice-prefeito de Teutônia, Evandro Biondo, que também é professor de Ciências, falou da importância do Seminário. “A discussão proposta é essencial para a sustentabilidade ambiental, oportunidades econômicas e benefícios à saúde. O Colégio Teutônia realiza trabalho formativo essencial e a AMEVAT evoluiu muito desde a sua fundação no trabalho pela meliponicultura do Vale do Taquari e criação das abelhas sem ferrão. É como numa colmeia, está tudo integrado, com todos se envolvendo”, disse.

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, Cristiano Laste, destacou o crescimento da meliponicultura e sua expansão para o meio urbano. “Hoje temos esse trabalho sendo desenvolvido no campo, mas também com o envolvimento das cidades. As abelhas trazem grandes benefícios e, em grande escala, também são fonte de renda.”

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O presidente da Federação das Associações da Meliponicultura do Rio Grande do Sul (Femers), Nelson Agnes, destacou o papel da AMEVAT na difusão do modelo de associativismo na meliponicultura, ressaltando o crescimento da atividade no Estado. “A AMEVAT foi pioneira no Rio Grande do Sul e, ao longo de uma década, percebemos evolução da atividade. O associativismo é muito importante e, hoje, já são 18 entidades participando da Federação, além de outras 15 em processo de constituição e filiação. A meliponicultura está em franco crescimento.”

A assessora da Casa Civil do Governo do Estado, Mareli Vogel, enfatizou a necessidade de regulamentação da criação das abelhas nativas sem ferrão e da produção dos meliponicultores. “É necessário empenho pela regulamentação, numa mobilização técnica e política por essa estruturação. Precisamos abrir portas para avançamos.”

Representando os patrocinadores, Isaias Vittorazzi, da Sicredi Integração RS/MG, reforçou o compromisso da cooperativa com iniciativas como o seminário. “Compartilhar boas práticas e ideias fortalece o setor e a comunidade”, declarou.

Desde sua fundação em 2014, a AMEVAT tem se dedicado à defesa das abelhas nativas e à promoção da meliponicultura como atividade ambientalmente sustentável. O Seminário, realizado a cada dois anos, reafirma o compromisso da entidade com a difusão do conhecimento e a preservação da biodiversidade. A 11ª edição foi organizada pela AMEVAT, Colégio Teutônia, Emater/RS-Ascar e Prefeitura de Teutônia, com o patrocínio de Sicredi e o apoio de Certel, Femers, Serygraf Impressão Digital, Serraria Breunig, Madeclass Madeireira e Marcenaria Klein.

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CRÉDITOS DAS FOTOS – Luana Beatriz Barth

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