“Sim! Podemos acabar com a TB! Compromisso, Investimento, Resultados” : 24/3 – Dia Mundial da Tuberculose 2025

 

O Dia Mundial da Tuberculose, comemorado anualmente em 24 de março, foi criado em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrido em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.

A campanha de 2025, cujo tema é “Sim! Podemos acabar com a TB! Compromisso, Investimento, Resultados”, reforça a urgência de agir. Os países se comprometeram a acelerar a resposta e a garantir acesso universal à prevenção e ao diagnóstico e tratamento, mas o progresso ainda é insuficiente e a doença continua afetando as populações mais vulneráveis.

Apesar dos desafios, há motivos para esperança. Novas tecnologias e inovações podem mudar o rumo da tuberculose (TB):

– Radiologia digital com inteligência artificial, uma ferramenta poderosa para aprimorar a detecção precoce em populações de maior risco;
– Testes moleculares rápidos que permitem diagnósticos mais precisos e ágeis;
– Tratamentos mais curtos e totalmente orais, com suporte da telemedicina para garantir maior adesão.

Com compromisso renovado e colaboração, é possível avançar rumo à eliminação da TB e salvar vidas. Agora é o momento de agir com determinação para alcançar as metas globais.

 

No Brasil, além da celebração do Dia Mundial, ocorre a Semana Nacional de Mobilização e Luta Contra a Tuberculose, no período de 24 a 31 de março.

Todos os anos, a tuberculose afeta milhões de pessoas, causando um impacto devastador nas comunidades. Apesar de ser prevenível e curável continua sendo a principal causa de morte por um único agente infeccioso no mundo.

Segundo o Relatório Global sobre Tuberculose 2024 (documento em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 10,8 milhões de pessoas adoeceram com TB e 1,25 milhão morreram da doença, incluindo 161 mil pessoas vivendo com HIV. Desde o ano 2000, os esforços globais de enfrentamento à doença ajudaram a salvar cerca de 79 milhões de vidas.

 

Principais dados sobre a TB nas Américas:

– A TB continua sendo uma das doenças infecciosas mais mortais da região;
– 2023 registrou o maior número de casos desde que a OMS começou a monitorar a TB;
– Estima-se que quase 100 pessoas morram de TB todos os dias na região e cerca de 900 adoecem diariamente;
– 29% das mortes por TB estão associadas à co-infecção TB/HIV;
– Determinantes sociais como a pobreza, a desigualdade e o estigma, continuam sendo barreiras para a eliminação da TB;
– 342 mil Pessoas adoeceram de TB;
– 35 mil Pessoas morreram por essa causa;
– 6 mil Casos não foram diagnosticados nem tratados.

 

Dados epidemiológicos detalhados sobre a situação da tuberculose no Brasil podem ser consultados aqui!

 

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer órgãos como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).

A forma pulmonar, além de ser a mais frequente, é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença, que ocorre de forma direta, de pessoa a pessoa.

A falar, espirrar ou tossir, o doente expele pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.

Fatores como como a pobreza e a má distribuição de renda, a Aids, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional contribuem para a disseminação da doença.

 

Em 2017, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar a tuberculose por meio do “Plano Brasil livre da tuberculose”, construído pelo Ministério da Saúde, com a participação de gestores estaduais e municipais, academia e sociedade civil. Além disso, foi submetido à consulta pública e aprovado pela Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e formalizado por meio de Portaria GM/MS nº 154/2022.

As metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública estão alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (meta 3.3. Acabar com as epidemias de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, até 2030) e com a Estratégia Global pelo Fim da Tuberculose da Organização Mundial da Saúde.

 

Acesse aqui: “Brasil livre da tuberculose – Plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública: estratégias para 2021-2025”

 

Sinais e sintomas mais frequentes:

– Tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue;
– Cansaço excessivo e prostração;
– Febre baixa geralmente no período da tarde;
– Suor noturno;
– Falta de apetite;
– Emagrecimento acentuado;
– Rouquidão.

Obs.: O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse, que pode ser seca ou com catarro. Por isso, recomenda-se que toda pessoa com sintomas respiratórios, ou seja, que apresente tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose.

Alguns pacientes, entretanto, não exibem nenhum indício da doença, enquanto outros apresentam sintomas aparentemente simples, que não são percebidos durante alguns meses. Pode ser confundida com uma gripe, por exemplo, e evoluir durante 3 a 4 meses sem que a pessoa infectada saiba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas.

 

Prevenção e tratamento:

A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades.

A melhor forma de evitar que a TB continue sendo transmitida é por meio do diagnóstico precoce e  com o início do tratamento adequado o mais rápido possível.

Quinze dias após iniciada a terapia a pessoa já não transmite mais a doença. Porém, o tratamento deve ser feito por um período mínimo de 6 meses, diariamente e sem nenhuma interrupção, terminando apenas quando o médico confirmar a cura total do paciente.

 

Recomendações:

– Não suspender o uso da medicação antes do prazo previsto. Ao interromper o tratamento as bactérias se tornam resistentes aos medicamentos e a cura ficará mais difícil de ser alcançada;

– Desnutrição, alcoolismo, uso de drogas ilícitas e de medicações que diminuem a imunidade aumentam o risco de contrair a doença;

– Familiares e pessoas próximas aos infectados devem manter certos cuidados básicos como forma de afastar o risco de contágio durante a fase inicial da doença;

– Portadores do vírus HIV e de doenças como diabetes, por exemplo, podem desenvolver formas graves de tuberculose. Por isso, devem manter-se sob constante observação médica;

– Levar as crianças para tomar a vacina BCG contra a tuberculose;

– Manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar, proteger a boca com o antebraço ou com um lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse), e evitar aglomerações são orientações gerais para minimizar o risco de transmissão da tuberculose no domicílio e em ambientes públicos;

– Em serviços de saúde e instituições com ambientes fechados e/ou aglomerados, é importante que sejam planejadas ações de controle de infecção, considerando medidas administrativas/gerenciais, medidas ambientais e as medidas de proteção respiratória.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)
Stop TB Partnership

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