Nike erra o passo (mais uma vez)

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A Nike apresentou um plano de reestruturação que chamou de Win Now (Vencer agora). Mas em conversa com analistas e investidores, o CFO da companhia, Matt Friend, alertou que as vendas devem recuar dois dígitos no atual trimestre.

Friend sinalizou, na teleconferência, que a queda prevista nas vendas do quarto trimestre do ano fiscal de 2025, marcado para terminar em 31 de maio, ficará na “extremidade baixa” da faixa dos dois dígitos baixos, sendo interpretado como um recuo de, pelo menos, 10%.

Outra notícia negativa é que a margem bruta deve recuar entre quatro e cinco pontos percentuais por conta dos esforços para liquidar o excesso de estoques e produtos que não tem mais apelo entre os consumidores, um processo que, segundo a Nike, deve continuar no ano fiscal de 2026.

As declarações estão pesando sobre o desempenho das ações da Nike no pré-mercado nesta sexta-feira, 21 de março. Por volta das 9h35, os papéis apresentam recuo de 7,5% na Bolsa de Nova York (NYSE), cotados a US$ 66,42. Em 12 meses, os ativos acumulam recuo de 28,7%, levando o valor de mercado a US$ 106,3 bilhões.

“Nós acreditamos que o quarto trimestre refletirá o principal impacto de nossas ações e que os ventos contrários para a receita e a margem bruta começarão a moderar a partir daí”, disse Friend na teleconferência.

Os executivos destacaram que outras questões devem prejudicar os resultados da Nike ao fim do ano fiscal de 2025 e mais adiante. Segundo eles, temas como a guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a volatilidade cambial e disputas geopolíticas complicam o cenário e corroem a confiança dos consumidores.

As tarifas americanas também afetam os custos da Nike, considerando que a companhia produz 18% de seus tênis e 16% dos artigos esportivos na China.

As projeções para o fim do ano ofuscaram o desempenho que a companhia teve no terceiro trimestre fiscal. Apesar da queda de 32% do lucro líquido no período, em base anual, para US$ 794 milhões, o lucro por ação de US$ 0,54 superou a média das expectativas colhidas pela consultoria LSEG, de US$ 0,29.

A receita de US$ 11,2 bilhões também veio acima do consenso, de US$ 11 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano fiscal de 2024, o faturamento caiu 9%.

A situação demonstra o tamanho da tarefa que o CEO Elliott Hill tem pela frente. Ele assumiu o comando da Nike em outubro, justamente com a missão de recuperar a companhia, criticada pela falta de inovação e dependência excessivas na linha de tênis retrô, entre outros fatores.

A estratégia Win Now prevê fortalecer as relações com o varejo, fortalecer a inovação de produtos e aumentar o patrocínio a atletas, que acabaram fechando acordos com outras marcas.

Os analistas da Barclays esperam que a retomada da Nike comece a ser sentida na segunda metade do ano fiscal de 2026, marcado para terminar em maio do próximo ano. “A Nike está emergindo de um profundo buraco em que se meteu na administração passada”, diz trecho do relatório.

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Neofeed

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