Das revistas de cifras ao sucesso na internet

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Antigamente, o processo de autodidatismo na música, sobretudo para os amantes do violão, envolvia um ritual de leitura de revistas com o cancioneiro do artista preferido devidamente cifrado. Hoje em dia, muitos aplicativos e plataformas digitais, como o Cifra Club, fazem às vezes do papel. Mesmo assim, Stefano Mota, nome recente da música popular, começou com as revistas. Tomou gosto pelas releituras, gravou algumas músicas autorais, as pessoas começaram a gostar e tudo isso o trará, hoje, à Vila do Porto (Varadouro, JP), a partir das 19h, em show intimista de sua Tour Nordeste. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos pelo Sympla a partir de R$ 45 (meia).

Com trabalhos desde 2023 nas redes sociais, o cantor e compositor de São Gabriel (RS), radicado em Belo Horizonte (MG), fará, enfim, seu primeiro contato com a cidade de João Pessoa. “Sei que dessa vez não conseguirei ver quase nada sobre a cidade e as pessoas, mas quero muito ter mais tempo, uma próxima vez, para descobrir mais”, afirma.

Nas plataformas de streaming, seu nome aparece apenas como Stefano. No YouTube, coletâneas, reacts, covers. No campo autoral, compôs os singles “O alquimista” (2019), “Café” (2023) e as mais recentes “Eclipse” (2024) e “Talismã” (2024), baladas com densidade suave, ternas e amorosas.

Aprendiz da MPB

Agraciado com o primeiro violão aos 11 anos de idade, ensaiou os dedilhados iniciais. Com 14, soltou a voz sem grandes pretensões; sem cursar aulas do instrumento e distante de um aprendizado sistemático.

“Sempre gostei dos clássicos da MPB, e essa foi minha base. Tive sempre muito apoio da família e dos amigos, foi um ponto crucial para entender que eu realmente levava jeito para a coisa”, confessa. “Mais tarde, comecei a postar vídeos na internet, aumentando assim o meu público, que até então se restringia às pessoas próximas. O restante é o que tenho hoje e agradeço muito pelo carinho de todos que me acompanham”, acresce.

Sua principal influência é Djavan. “Foi com quem aprendi os primeiros acordes e ritmos mais difíceis no violão”, ressalta. Depois vieram Tom Jobim, Cartola, Gilberto Gil, entre outros ícones da MPB tradicional.

E é justo o cancioneiro da música popular que terá lugar cativo no repertório da noite de hoje, junto às autorais de Mota. Essa configuração, contudo, tem mudado desde “Eclipse”, seu terceiro single, no qual Stefano busca tergiversar outras possibilidades que não apenas o clássico arranjo “um cantinho e um violão”.

“Geralmente faço músicas sobre o que acontece comigo ou com pessoas próximas. Já fiz algumas pensando em alguma história fictícia. Mas tenho mais facilidade em fazer músicas em que o sentimento realmente existiu sobre determinado assunto”, destaca.

Em sonho, o gaúcho se vê alcançando cada vez mais reconhecimento e levando suas músicas aos recônditos deste país continental. Tendo tocado em alguns lugares no Nordeste e sendo sempre muito bem acolhido por onde passa, Stefano acredita que em João Pessoa não será diferente.

“O interesse das pessoas em fazer parte deste show me impressionou e superou muito minhas expectativas. Espero que seja uma noite maravilhosa para todos”, conclui.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de março de 2025.

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A União

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