A Cartada de Mestre de Eduardo Bolsonaro internacionaliza a percepção de perseguição política

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A decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar da Câmara dos Deputados e permanecer nos Estados Unidos é um movimento político altamente estratégico. Em meio ao que ele e seus aliados chamam de perseguição do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo transforma sua saída do Brasil em uma oportunidade para denunciar, sem amarras, o que considera um abuso de poder do Judiciário brasileiro.

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Mais do que um simples afastamento, sua escolha se insere em um contexto de crescente percepção de perseguição contra sua família, tanto dentro do Brasil quanto no exterior. Agora, livre das limitações impostas pelo mandato parlamentar, Eduardo poderá dedicar-se integralmente a levar essa narrativa ao público internacional, ampliando a pressão sobre o governo Lula e o STF.

Moraes recua após a PGR mudar de tom

Curiosamente, a decisão do ministro Alexandre de Moraes de arquivar o pedido de apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro só veio após uma mudança repentina de postura da Procuradoria-Geral da República (PGR). Inicialmente, a PGR afirmou que não tinha pressa em analisar o caso, o que deixava Eduardo vulnerável a uma possível decisão de retenção de seu documento.

No entanto, de forma inesperada, a PGR passou a sustentar que, para haver crime contra a soberania nacional – a acusação que embasava o pedido –, seria necessário que houvesse uma “negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o país ou invadi-lo”. Como essa condição não se aplicava ao caso de Eduardo Bolsonaro, o pedido perdeu sustentação, forçando Moraes a arquivar a solicitação feita por deputados do PT.

Esse recuo reforça a tese de que as ações contra a família Bolsonaro são somente de cunho político. Se a PGR não tivesse se manifestado nesse sentido, haveria um risco real de que Eduardo tivesse seu passaporte confiscado, impedindo sua permanência nos Estados Unidos e dificultando sua atuação internacional.

O crescimento da percepção de perseguição

A estratégia de Eduardo Bolsonaro ganha ainda mais força à medida que a narrativa da perseguição política contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, se fortalece. Segundo a mais recente pesquisa Ipsos-Ipec, o número de brasileiros que acreditam que Bolsonaro é alvo de perseguição subiu de 42% em dezembro de 2024 para 45% em março de 2025.

Esse crescimento acontece justamente após a Procuradoria-Geral da República denunciar Bolsonaro sob acusações graves, incluindo:

  • Liderança de organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

A denúncia, que inclui outras 33 pessoas, será analisada pelo STF nos próximos dias, reforçando a narrativa de que o Judiciário busca neutralizar qualquer possibilidade de retorno de Bolsonaro ao poder.

A internacionalização da crise e as sanções de Trump

Ao permanecer nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro transforma a crise política brasileira em um tema internacional. Sua presença em Washington permitirá que ele busque apoio entre congressistas conservadores, aliados do presidente Donald Trump e grupos que veem com preocupação a escalada do ativismo judicial no Brasil.

Além disso, sua permanência no exterior fortalece o movimento dentro dos EUA para impor sanções contra autoridades brasileiras. Assessores de Trump já elaboraram um pacote de medidas que podem atingir ministros do STF e membros do governo Lula, com base em alegações de abuso de poder e violações de direitos humanos. Entre as sanções possíveis estão:

  • Revogação de vistos e restrições de viagem para ministros do STF e autoridades do governo envolvidas na perseguição política.
  • Congelamento de bens e restrição de transações financeiras nos EUA para figuras-chave do Judiciário brasileiro.
  • Proibição de empresas e bancos americanos realizarem negócios com instituições brasileiras envolvidas em censura e perseguição política.

Se essas medidas forem implementadas, o Brasil poderá enfrentar uma crise diplomática sem precedentes, colocando o governo Lula sob um escrutínio internacional muito mais intenso.

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Fonte : Hora Brasilia

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