Relatórios do TCU apontam falhas graves no Ministério da Cultura e indícios de corrupção

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Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) revelam irregularidades graves na gestão do Ministério da Cultura, especialmente durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A investigação, divulgada neste sábado (15/3), aponta falta de transparência, má gestão de recursos públicos e uso político de programas culturais.

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O cientista político Manoel José de Souza Neto, ex-integrante do Conselho Nacional de Políticas Culturais, compartilhou um link do TCU contendo documentos detalhados sobre as auditorias. Segundo ele, há indícios concretos de corrupção, motivo pelo qual o caso foi encaminhado à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.

“As auditorias sugerem indícios de corrupção. O próprio TCU encaminhou documentos à comissão porque identificou movimentações suspeitas”, afirmou Souza Neto.

Uma das denúncias mais graves recai sobre o Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC), criado em 2023 com um orçamento de R$ 58,8 milhões. A secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, afirmou, em áudio vazado e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que o programa teria beneficiado aliados do partido nas eleições municipais de 2024.

Além disso, o TCU identificou um crescimento de 14,9% no número de prestações de contas pendentes da Lei Rouanet, totalizando mais de 26 mil processos sem conclusão.

📌 Principais problemas identificados pelo TCU:
✔ Uso de dinheiro público para fins políticos, incluindo o financiamento indireto de campanhas.
✔ Falhas graves na fiscalização da Lei Rouanet, com acúmulo de processos sem análise.
✔ Desvios em convênios da área de Tecnologia da Informação (TI), considerados antieconômicos e ineficazes.
✔ Falta de governança, com funcionários que não sabem exatamente suas funções dentro do ministério.

“Cada vez aumenta a quantidade de coisas erradas, não diminui”, alertou Souza Neto.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, atribuiu as falhas à desestruturação do ministério durante a gestão Bolsonaro, quando a pasta foi rebaixada a uma secretaria.

“Nosso compromisso é zerar as prestações de contas pendentes até o próximo ano”, afirmou a ministra.

Entretanto, o TCU destaca que as dificuldades na fiscalização dos recursos da Cultura são recorrentes há mais de 20 anos, e que o problema se agravou no último ano.

Comparando as revelações ao WikiLeaks, organização conhecida por vazar documentos sigilosos, Souza Neto alertou para a gravidade do caso:

“Os fatos estão sendo revelados como um WikiLeaks da Cultura. Muita gente está começando a entender o que realmente acontece nos bastidores”.

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Fonte : Hora Brasilia

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