Espécie inédita de parasita é descoberta no peixe ‘lambari’ por pesquisadores da Ueap


Organismo foi encontrado em um rio na área rural da comunidade Tessalônica, no interior do Amapá e batizado como Ceratomyxa Tessaloniensis. Pesquisadores da UEAP descobrem novo parasita no peixe piaba
Uma nova espécie de parasita foi identificada no peixe piaba ou ‘lambari’, por pesquisadores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap).
O organismo batizado como Ceratomyxa Tessaloniensis leva o nome do local onde foi encontrado, no Rio Flexal, na área rural da comunidade Tessalônica, próxima ao município de Porto Grande, distante cerca de 111 quilômetros de Macapá.
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Nova espécie de parasita foi encontrada no peixe lambari
Divulgação/Ueap
Análise da espécie
A espécie foi encontrada durante uma pesquisa de campo. Saturo Cardoso, que é biomédico, disse à Rede Amazônica que após análise microscópica e comparação com o banco internacional de dados, os pesquisadores não encontraram registros da espécie.
“Havia uma diferença na morfologia, tanto no comprimento quanto na largura. Além disso a gente fez uma análise molecular para a extração do DNA desse parasito, com esse DNA ele foi amplificado e depois comparado com um banco internacional, onde não encontramos similaridades”, disse.
Pesquisadores não encontraram espécies semelhantes em banco de dados internacional
Divulgação/Ueap
Após análise filogenética, que funciona como uma árvore genealógica, foi visto que a maioria dos organismos Ceratomyxa semelhantes a esta espécie são registrados em animais de água salgada. Apenas um pequeno e raro grupo faz parte da água doce.
Apesar de se tratar de um parasita, os pesquisadores constataram que não há registro de doenças causadas por ele ou semelhantes a espécie.
“A gente sabe que o consumo de pescado na Amazônia é um dos maiores, é muito comum. Então não há o registro até hoje de alguma zoonose ou de alguma doença causada por esse parasita”, destacou o biomédico.
Nova espécie de parasita foi encontrada no peixe lambari
Divulgação/Ueap
Pesquisa de qualidade do pescado
A Abthyllane Amaral, que é engenheira de pesca, disse que nos últimos anos, 10 novas espécies de parasitas foram registradas durante mapeamento de peixes. Para 2025, a estimativa é encontrar mais 5 ou 6 espécies.
“Depois que a gente descreve essas novas espécies, a gente vai descobrir um pouquinho mais, sobre ciclo de vida, como é que ela vem evoluindo ao longo do tempo, então a nossa pesquisa é uma pesquisa base, de descoberta. Ela vem auxiliar na sanidade em relação ao pescado no Amapá”, contou.
Pesquisa foi realizada em diversos municípios do AP
Divulgação/Ueap
O projeto de mapeamento já passou por diversos municípios do estado do Amapá, sendo eles Tartarugalzinho, Macapá tanto a área rural quanto urbana, Santana, Mazagão, Ferreira Gomes e Calçoene.
“Em Calçoene […] por ser uma região costeira, a gente tá ali naquele ambiente de transição de água doce e de água salgada, que a gente acha que vai ter alguns achados bem interessantes”, completou a engenheira.
Mapeamento das regiões com o pescado analisado
Divulgação/Ueap
O trabalho que é realizado desde 2021, teve reconhecimento internacional em uma revista científica. A engenheira conta que a publicação não apenas contribui para o entendimento da biodiversidade, mas para a preservação e monitoramento da saúde ambiental dos rios.
“O nosso trabalho é um trabalho de descrição de novas espécies e descrevendo essas novas espécies […] O que a nossa pesquisa traz pro estado é conhecimento da nossa biodiversidade”, contou.
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