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O déficit primário das estatais brasileiras atingiu R$ 7,4 bilhões no acumulado de 12 meses até janeiro de 2025, segundo dados do Banco Central. O resultado representa um salto de 322% em relação ao registrado no mesmo período do ano anterior, configurando o maior déficit anualizado desde o início da série histórica, em 2003.
A piora nas contas públicas foi puxada principalmente pelas empresas estatais federais, responsáveis pela maior parte do saldo negativo. Somente em janeiro deste ano, o déficit foi de R$ 1 bilhão, menor que os R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo mês de 2024, mas ainda refletindo um cenário de fragilidade fiscal.
O resultado acumulado nos últimos 12 meses reflete uma trajetória crescente de déficits que se intensificou a partir de 2023. Em 2024, as estatais fecharam o ano com um saldo negativo recorde de R$ 8,07 bilhões, sendo que as empresas públicas federais responderam por R$ 6,73 bilhões desse valor.
Apesar da expressiva deterioração fiscal, o governo argumenta que os números não indicam um “rombo” nas contas das estatais. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, defende que o cálculo do Banco Central considera apenas o resultado primário das empresas, sem levar em conta que muitas despesas foram cobertas por recursos que já estavam em caixa. “Isso gera um resultado deficitário ainda que as empresas tenham lucro”, afirmou a ministra.
Os números divulgados pelo Banco Central seguem a metodologia conhecida como “abaixo da linha”, que considera a necessidade de financiamento das estatais. Esse cálculo difere do método utilizado pelo Tesouro Nacional, que adota o conceito “acima da linha”.
O Banco Central analisa a evolução do endividamento das estatais para mensurar o impacto fiscal do setor. No entanto, a falta de acesso a informações detalhadas sobre receitas e despesas pode gerar diferenças entre os números apresentados pela autoridade monetária e os balanços das próprias empresas.
Enquanto o Banco Central divulga estatísticas fiscais com maior frequência, os relatórios financeiros das estatais são publicados semestral ou anualmente, dificultando um acompanhamento contínuo da saúde financeira dessas empresas.

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Fonte : Hora Brasilia