Donos de bar que sedia suposto evento ilegal deverão responder criminalmente

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Favorecimento à prostituição, aliciamento de mulheres, jogos de azar. Esses são crimes que já podem ser apontados, após o correr das investigações da Polícia Civil da Paraíba (PCPB) sobre o caso de um suposto “bingo de mulheres”, na Zona Rural de Lagoa de Dentro, a cerca de 100 km de João Pessoa. O inquérito foi instaurado na última quarta-feira (12), um dia após a abertura de um processo administrativo sobre a mesma situação, pelo Ministério Público do estado (MPPB), e dois dias depois da denúncia realizada pelo padre Adauto Tavares. O religioso, vinculado à Paróquia São Sebastião, no município do Brejo, havia relatado publicamente a existência da competição ilegal — que ofereceria mulheres como prêmio —, durante uma missa no último domingo (9).

As investigações policiais identificaram três pessoas apontadas como proprietárias do bar onde estaria ocorrendo o bingo. Além dos crimes já citados e confirmados pela PCPB, o inquérito também apurará possíveis práticas de corrupção de menores, tráfico de drogas, aliciamento e comércio de seres humanos. “Existem alguns crimes que a gente pode apontar, como o favorecimento à prostituição, já que eles pegam essas meninas para dar como prêmio para quem bate os jogos. Tem a questão do aliciamento, do agendamento de mulheres mediante abuso, ameaça, constrangimento”, reforça o delegado responsável pelo caso, Sylvio Rabello. Ainda em relação ao bar, foi determinada a cessão de situações de som alto, baderna, barulho e prostituição.

Padre e conselheiros tutelares depõem; inquérito sairá na próxima semana

Segundo Sylvio, em depoimento na última quarta-feira (12), o padre Adauto relatou que lhe foi confidenciado, informalmente, o acontecimento dos bingos ilegais, após uma missa, no último sábado (8). “Disseram a ele que estava funcionando um bingo, que o prêmio eram mulheres, que tinha barulho e  algazarra. No dia seguinte, já na Igreja Matriz da cidade, ele relatou isso. Foi no fim de semana do Dia das Mulheres, a gente está no período pascal, e ele, como líder religioso, teve por obrigação relatar isso, inclusive, como uma maneira de as autoridades tomarem conhecimento sobre o que acontecia”, conta o delegado.

Foram colhidos, ainda, depoimentos de conselheiros tutelares locais, que confirmaram a denúncia do pároco. “A fala do padre mobilizou a comunidade, a comunidade confirmou o que o padre falou”, aponta Sylvio.

Conclusão

Entre os próximos passos das investigações, conforme o delegado, as autoridades deverão ouvir prostitutas envolvidas com o evento, “para saber de que maneira elas estavam se sujeitando a toda essa dinâmica no bar. Se eles estavam constrangendo-as, se elas estavam ali para ganhar um trocado mediante alimentação. Assim, a gente vai delineando os fatos e, em cima deles, procurando os artigos e indiciando, para mandar para o Ministério Público, para a Justiça”. Apesar de a apuração poder levar até 30 dias para ser concluída, o delegado adianta que o processo deverá ser mais célere. “A gente vai concluir daqui a alguns dias. No máximo, na próxima semana”, finaliza.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 14 de março de 2025.

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A União

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