O dia da mentira que se transformou na verdade mais dolorida da Swap

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A Swap, fintech de banking as a service, foi fundada em 2018 para atender o nichado mercado de benefícios corporativos. Com essa tese, a empresa, que é responsável por desenvolver toda a infraestrutura financeira de seus clientes – desde a criação de cartões white label até sistemas antifraude – chegou a 70 companhias em sua base em 2024.

Muita coisa mudou nesses quase sete anos de trajetória, mas a maior virada de chave aconteceu no início de 2020. Na época, os cofundadores Doug Storf (CEO), Ury Rappaport (CRO) e Marcelo Schucman (CPO), precisaram tomar a difícil decisão de demitir toda a equipe da empresa e se preparar para a falência.

O problema começou, na verdade, em 2019. Após mais de um ano desenvolvendo a infraestrutura da Swap com dinheiro limitado, proveniente de uma rodada pré-seed, os empreendedores perceberam que ainda estavam longe de ter um produto que pudesse ser colocado no mercado.

“Tudo na vida de startup é exponencial. Número de clientes, receita, valor transacionado… e custos”, afirma Storf, ao Vida de Startup, programa do NeoFeed. “Em dezembro de 2019, tínhamos 50% do valor da rodada em caixa ainda e, ao chegar em março, esse dinheiro acabou, quando estávamos muito perto de ter essa primeira parte da infraestrutura construída.”

Essa situação poderia ter sido evitada, caso uma captação seed, que começou a se desenvolver no fim do ano anterior, tivesse saído do papel. Porém, com o momento de mercado bastante aquecido, os fundadores decidiram ser seletivos – até demais – na escolha dos investidores, o que fez com que o negócio não tivesse futuro.

Assim, sem dinheiro e com uma pandemia se desenrolando, a única opção foi demitir todos os funcionários da empresa, no dia 2 de abril. “Tinha na cabeça até quando teria dinheiro para pagar todo mundo e manter o que já existia de serviços na nuvem, para não deixar os clientes que tínhamos na mão”, diz o CEO. “Essa data era 1º de abril, mas eu não tive coragem e decidi deixar para o dia 2, quando desligamos todo mundo.”

Storf afirma que, mesmo sem receber salário, metade da equipe decidiu ficar e acreditar no projeto. A empresa ficou funcionando por quase três meses nessa situação, até conseguir levantar uma rodada seed de R$ 17,5 milhões.

Com esse reforço, a startup conseguiu finalizar a sua infraestrutura por completo em agosto daquele ano. Desde lá, a companhia já emitiu mais de 7 milhões de cartões para clientes como Solides, Swile e Onfly.

Para dar suporte a esse crescimento, a companhia já levantou mais de R$ 150 milhões com fundos como Tiger Global, ONEVC, GFC e Flourish. Sua última rodada foi uma Série A, no valor de R$ 135 milhões. Em 2023, a companhia atingiu o breakeven e desde lá tem gerado caixa de forma sustentável, de acordo com o CEO.

“Nossa escolha mais acertada dessa trajetória foi ter focado em certos casos de uso, como o de benefícios. Talvez, se tivéssemos escolhido outro caminho, não estaríamos aqui hoje”, afirma o empreendedor.

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Neofeed

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